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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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FUTEBOL

Meia-atacante do São Paulo abre mão dos 15% a que teria direito e viabiliza sua transferência para o clube italiano

Kaká perde dinheiro e acerta com o Milan

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Kaká, 21, foi fundamental para a concretização da venda de Kaká ao Milan. Principal interessado na negociação, o jogador do São Paulo abriu mão dos 15% a que teria direito e viabilizou sua transferência, por US$ 8,5 milhões líquidos. Ele viajou na noite de ontem para a Itália, onde amanhã será apresentado no novo clube.
Kaká assinou contrato de cinco anos, pelo qual irá receber US$ 1,8 milhão por temporada.
Na ponta do lápis, o atleta deixou de ganhar US$ 1,3 milhão para realizar o sonho de jogar no futebol europeu. O desconto de 15% era o principal entrave ao desfecho da novela, que durou cerca de um mês. O São Paulo queria que o Milan bancasse o valor.
O preço final dos direitos federativos de Kaká é US$ 6,5 milhões mais baixo do que a pretensão inicial dos dirigentes são-paulinos, mas apenas US$ 1,5 milhão superior à primeira proposta oferecida pelos italianos. Em compensação, o valor será pago à vista.
Além disso, o clube brasileiro terá direito a 15% de uma eventual negociação de Kaká nos próximos três anos.
Antes de embarcar para a Europa, Kaká reafirmou que não pretende dar um "tchau" ao São Paulo. "Tenho um amor muito grande pelo clube. É apenas um até logo, pois pretendo voltar a jogar aqui", disse o meia-atacante, que se recusou a comentar detalhes do contrato com o Milan.
O procurador do atleta, Wagner Ribeiro, também saiu perdendo no negócio: ele não será remunerado com a porcentagem de 10% tradicionalmente paga pelo clube vendedor aos procuradores.
"Foi um acordo direto entre São Paulo e Milan, sem intermediários", disse João Paulo de Jesus Lopes, diretor de Planejamento e Desenvolvimento são-paulino.
O clube italiano antecipou o envio dos documentos necessários à transação para evitar que o atleta enfrentasse o Criciúma hoje, pelo Brasileiro, em Ribeirão Preto.
Anteontem, a diretoria são-paulina havia garantido a presença do jogador na partida.
Kaká treinou normalmente ontem entre os titulares e estava escalado pelo técnico Rojas.
O treinador, entretanto, ficou surpreso quando o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, o interrompeu durante uma entrevista para informar aos jornalistas que Kaká não viajaria com a delegação para o interior paulista.
Deixado de lado pelo dirigente, Rojas se retirou da sala de imprensa irritado. "Não entendi por que ele ficou esquentado, ele já sabia de tudo", contemporizou Cunha. "Eu sabia tanto quanto vocês [jornalistas]", rebateu o chileno.
O clima no treino foi mesmo de despedida. Torcedores cercaram Kaká quando ele deixou o gramado. O ídolo parou para tirar fotos com algumas crianças, mas se recusou a dar declarações.
No Milan, Kaká jogará com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho e Rivaldo e, no fim do ano, disputará o título do Mundial interclubes contra o Boca Juniors.


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