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FUTEBOL
Meia-atacante do São Paulo abre mão dos 15% a que teria direito e viabiliza sua transferência para o clube italiano
Kaká perde dinheiro e acerta com o Milan
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Kaká, 21, foi fundamental para a
concretização da venda de Kaká
ao Milan. Principal interessado na
negociação, o jogador do São
Paulo abriu mão dos 15% a que teria direito e viabilizou sua transferência, por US$ 8,5 milhões líquidos. Ele viajou na noite de ontem
para a Itália, onde amanhã será
apresentado no novo clube.
Kaká assinou contrato de cinco
anos, pelo qual irá receber US$ 1,8
milhão por temporada.
Na ponta do lápis, o atleta deixou de ganhar US$ 1,3 milhão para realizar o sonho de jogar no futebol europeu. O desconto de 15%
era o principal entrave ao desfecho da novela, que durou cerca de
um mês. O São Paulo queria que o
Milan bancasse o valor.
O preço final dos direitos federativos de Kaká é US$ 6,5 milhões
mais baixo do que a pretensão inicial dos dirigentes são-paulinos,
mas apenas US$ 1,5 milhão superior à primeira proposta oferecida
pelos italianos. Em compensação,
o valor será pago à vista.
Além disso, o clube brasileiro
terá direito a 15% de uma eventual negociação de Kaká nos próximos três anos.
Antes de embarcar para a Europa, Kaká reafirmou que não pretende dar um "tchau" ao São Paulo. "Tenho um amor muito grande pelo clube. É apenas um até logo, pois pretendo voltar a jogar
aqui", disse o meia-atacante, que
se recusou a comentar detalhes do
contrato com o Milan.
O procurador do atleta, Wagner
Ribeiro, também saiu perdendo
no negócio: ele não será remunerado com a porcentagem de 10%
tradicionalmente paga pelo clube
vendedor aos procuradores.
"Foi um acordo direto entre São
Paulo e Milan, sem intermediários", disse João Paulo de Jesus
Lopes, diretor de Planejamento e
Desenvolvimento são-paulino.
O clube italiano antecipou o envio dos documentos necessários à
transação para evitar que o atleta
enfrentasse o Criciúma hoje, pelo
Brasileiro, em Ribeirão Preto.
Anteontem, a diretoria são-paulina havia garantido a presença do jogador na partida.
Kaká treinou normalmente ontem entre os titulares e estava escalado pelo técnico Rojas.
O treinador, entretanto, ficou
surpreso quando o superintendente de futebol do São Paulo,
Marco Aurélio Cunha, o interrompeu durante uma entrevista
para informar aos jornalistas que
Kaká não viajaria com a delegação para o interior paulista.
Deixado de lado pelo dirigente,
Rojas se retirou da sala de imprensa irritado. "Não entendi por
que ele ficou esquentado, ele já sabia de tudo", contemporizou Cunha. "Eu sabia tanto quanto vocês
[jornalistas]", rebateu o chileno.
O clima no treino foi mesmo de
despedida. Torcedores cercaram
Kaká quando ele deixou o gramado. O ídolo parou para tirar fotos
com algumas crianças, mas se recusou a dar declarações.
No Milan, Kaká jogará com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho
e Rivaldo e, no fim do ano, disputará o título do Mundial interclubes contra o Boca Juniors.
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