São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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CLIMA

Fenômeno Meltemia vira notícia e atrapalha competições, ao ar livre ou em ginásios

Vento chega de repente, vira barcos, adia provas e castiga até torcedores

DOS ENVIADOS A ATENAS

Ele veio de repente. Forçou o cancelamento de provas de remo. Atrapalhou o tiro com arco. Preocupa atletas que competem ao ar livre. Jogou areia nos olhos do público. O fenômeno Meltemia virou notícia na capital grega.
Atenas registrou ontem ventos de 28 km/h. Hoje, a intensidade deve aumentar e atingir 54 km/h -que a classificação internacional já define como vendaval.
As condições climáticas no Centro Olímpico de Schinias viraram diversos barcos. A organização decidiu apressar o evento e adiou as repescagens para amanhã.
Por via das dúvidas, a Fisa (Federação Internacional de Remo) já deixou também a sexta-feira reservada, em caso de um novo adiamento. As finais estão marcadas para sábado e domingo.
"O vento estava atrapalhando muito a estabilidade do barco", disse o carioca Thiago Gomes, da categoria skiff duplo peso leve, que disputará a repescagem.
Em 2003, os jornais gregos já haviam advertido que os locais de competição do remo e da canoagem não eram apropriados. Nesta época do ano, a Grécia normalmente é atingida pelo fenômeno Meltemia, que traz fortes ventos do norte e causa cancelamento de vôos e de travessias de balsas.
Ontem, atletas de diversos esportes foram apresentados a ele.
"O vento estava muito forte e atrapalhou bastante o jogo", disse Sandra, do vôlei de praia.
No estádio Panathinaiko, o clima atrapalhou alguns dos competidores do tiro com arco. No feminino, a chinesa Lin Sang foi eliminada quando sua flecha não acertou a zona de pontuação do alvo. Ela estava na zona de classificação para as finais antes de seu tiro errado, que foi desviado pelo vento.
A Fita (entidade de tiro com arco) manteve as provas, mas reconheceu que os resultados foram mais fracos do que o habitual.
No maior complexo esportivo de Atenas, no entorno do Estádio Olímpico, o público teve dificuldades para chegar aos locais dos eventos. Como a organização não teve tempo de gramar a área de acesso ao público, o solo é coberto de areia. Com o vento, ela saiu do chão, subiu a mais de um metro de altura e atrapalhou os fãs.
"O vento veio do nada. Vou torcer para que pare", disse Gustavo Kuerten, que quer jogar na quadra central, "mais fechadinha".
Talvez não seja suficiente. Até em ginásios, como o do vôlei, o vento vem causando problemas. "Ele muda a trajetória da bola e traz problema para a recepção", disse José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina. (MARCELO DIEGO E FÁBIO SEIXAS)


Colaborou Roberto Dias, enviado especial a Atenas

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