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Mano ensina, de novo, Corinthians a jogar bola
Após desmanche, técnico usa treinos para mostrar o básico do futebol aos atletas
Sem vencer há cinco jogos e fazer gol há três, time pega o Atlético-MG com nova formação, que varia com três e quatro na defesa
DA REPORTAGEM LOCAL
"Se não tem habilidade para
chegar driblando, chega dando
ela para o meio da área", gritou
o técnico Mano Menezes para o
atacante Henrique, que perdera uma bola no canto do campo,
em treino do Corinthians.
Foi uma das broncas, instruções e demonstrações que o
treinador deu a seus jogadores
durante a semana. O esforço é
para remontar o time após o
desmanche com negociações e
contusões. Perdeu cinco titulares: Alessandro, André Santos,
Cristian, Douglas e Ronaldo.
O resultado do trabalho será
visto diante do Atlético-MG,
hoje, no Pacaembu. Será como
um teste para as aulas de Mano,
que serviram para refazer o Corinthians, em um esquema que
varia entre o 3-5-2 e o 4-4-2,
após cinco jogos sem vencer.
Novato, Henrique foi um dos
alvos. Por diversas vezes, Mano
o agarrava com os dois braços e
o deslocava pelo campo para
lhe indicar o posicionamento
certo para buscar espaço.
Em seguida, o próprio treinador, passo desajeitado, corria
para a área para mostrar como
ele deveria avançar com a bola.
Até o instruía como bater nela.
Impensável orientações iguais
serem dadas ao titular Ronaldo.
"Um técnico muito experiente já me dizia que centroavante
fica bom aos 28 anos, quando
perde um pouco da ansiedade",
brincou Mano sobre a juventude de seus atacantes.
Não por acaso o técnico tentava mostrar aos jogadores como escolher a melhor jogada
para cada momento. Como
quando Dentinho, em dois lances seguidos, partiu para a linha
de fundo para cruzar.
"Tira para dentro e enfia o pé
nela. Toda hora querer cruzar
não dá", atacou Mano.
Os erros dos novatos, alguns
deles improvisados, causaram
irritação em Mano. Foi assim
quando Jucilei, deslocado do
meio para a ala, tentou um cruzamento pedido pelo técnico.
A bola foi longe. E o treinador
levantou os braços, contrariado. Mandou repetir. Deu certo.
"Isso", reagiu positivamente.
Eram determinadas expressões que indicavam a aprovação e a reprovação do treinador
para seus alunos. "Aê" e "Isso"
eram os elogios. Quando surgia
um erro, "Ei, ei, ei".
O grito serviu para alertar
um distraído Diego, que não
avançou pela esquerda em lance que o time atacava. Uma falta de atenção de Bruno Bertucci, titular anterior da posição,
deu condição legal a Adriano
para marcar o gol do Flamengo
na última derrota corintiana.
Mas, em geral, o ataque era a
principal preocupação de Mano -o time fez só um gol nos últimos cinco jogos. Por isso, o
técnico tentava mostrar os caminhos certos a seus atletas.
"Vem para dentro, Jorge
[Henrique]. Economiza perna", gritava, pedindo a aproximação dos homens de frente.
É um trabalho para recuperar a "mecânica" de uma formação que jogava entrosada e
ganhou os dois títulos que disputou em 2009, depois de um
ano sendo treinada no Brasileiro da Série B. Isso acabou.
"Estou montando uma equipe nova. Preciso começar tudo
de novo. É frustrante. Não posso trabalhar a equipe como antes", lamentou Mano Menezes.
(RODRIGO MATTOS)
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