São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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Um ano após Pequim, Berlim testa Bolt

Exatos 12 meses após levar ouro olímpico, jamaicano tenta, no Mundial, obter único título de peso que lhe falta nos 100 m

Tyson Gay, vencedor da prova no último Mundial, em Osaka-2007, e Asafa Powell são os principais rivais do recordista mundial

JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Exatamente um ano depois de assombrar o mundo com a conquista da medalha de ouro na Olimpíada de Pequim e de quebrar o recorde mundial dos 100 m, Usain Bolt volta a passar por um teste de fogo hoje no Mundial de Berlim.
Para chegar ao inédito título, o jamaicano terá, provavelmente, que superar seus maiores rivais: seu compatriota Asafa Powell e, principalmente, o norte-americano Tyson Gay.
"Esta prova é muito importante para mim, porque, depois que ganhei o ouro na Olimpíada, fiquei ainda mais exigente em relação ao meu desempenho. Tenho de viver à altura do que conquistei", afirmou Bolt, que deve correr a final dos 100 m, hoje, às 16h35.
"Vai ser um novo desafio na minha carreira, porque o Mundial é muito diferente da Olimpíada. Vou ter de correr com outro estilo. Será bem interessante e estou ansioso para correr a final desta prova", disse Bolt, o homem mais rápido do mundo com a marca de 9s69.
Com o seu estilo irreverente, o velocista já pensou até em uma nova comemoração para a vitória na prova de hoje.
"Com certeza, vocês poderão ver uma dança nova. Estou esperando pela festa."
Ontem, na segunda bateria, Bolt terminou a prova "sorrido" para o colega de raia Daniel Bailey e fez apenas o suficiente para se classificar. Cravou o modesto tempo de 10s03.
Antes da final dos 100 m, no entanto, os velocistas irão disputar a semifinal, às 14h10.
Entre os possíveis finalistas, além de Bolt, os destaques ficam por conta de Tyson Gay, 27, e de Asafa Powell, 26.
"Não é uma briga para mim. É uma corrida. Mas, se perguntar quem é o mais rápido, vou dizer que sou eu", declarou Bolt, sem falsa modéstia.
"Acho que o Gay também fará uma ótima corrida. Tenho muito respeito por ele."
O norte-americano, por sua vez, também demonstra confiança e já criou uma estratégia própria para a final dos 100 m.
"Tenho o recorde mundial na minha cabeça e sei que tenho que estar bem à frente de Bolt nos 30 primeiros metros, porque, quando ele arranca no final, é avassalador. Por isso estou trabalhando a minha largada para chegar forte."
Já o ex-recordista mundial Asafa Powell está em má fase e aparece como zebra.
O velocista chegou a ser cortado da delegação jamaicana por não integrar o grupo que fez o período de aclimatação, mas foi aceito de volta após o pedido da Iaaf, entidade que gerencia o atletismo mundial.
Apesar da expectativa, a possibilidade de quebra de recorde não é grande, segundo o velocista brasileiro José Carlos Moreira, o Codó. Ele disputou ontem a primeira bateria dos 100 m ao lado de Bolt, terminou na quinta colocação e acabou ficando fora da final.
"A pista é muito macia e dificulta na hora de você desenvolver velocidade", disse Codó.


NA TV - Mundial de atletismo
Sportv, a partir das 13h




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