São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2010

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Verba estatal é algo comum no país do futebol

DE SÃO PAULO

A pesquisa Datafolha mostra que a maioria dos brasileiros rejeita algo enraizado no mais popular esporte do país.
Ao contrário de outros gigantes do futebol, como Argentina, Espanha e Inglaterra, onde os clubes, sejam pequenos ou grandes, mandam suas partidas, com raras exceções, em estádios privados, o Brasil tem uma longa tradição de apelar ao dinheiro público para erguer seus campos.
Prova disse está na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Em 2010, 9 dos 20 clubes têm como casa mais comum uma arena que pertence a governos de Estados ou prefeituras.
A lista é composta por Atlético-GO, Atlético-MG, Ceará, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Fluminense, Goiás e Prudente.
Número que sobe para dez levando em conta que o Botafogo só arrenda da Prefeitura do Rio, por um aluguel mensal que não chega a R$ 40 mil, o Engenhão, construído para o Pan-Americano de 2007 ao custo de R$ 380 milhões, com investimento 100% estatal.
A prática de construir estádios com dinheiro público tomou força no país a partira dos anos 40. Antes, houve histórias de arenas privadas erguidas com sacrifício, como o vascaíno São Januário, bancado por comerciantes portugueses.
O primeiro grande exemplo foi o Pacaembu, estádio paulistano que teve como principal atração da sua festa de inauguração, em 1940, o então presidente Getúlio Vargas, que no seu discurso exaltou "a satisfação que deviam sentir todos os paulistas, pois o que se via era o fruto dos esforços dos filhos desta terra, pródiga em realizações".
Com a Europa em ruínas por causa da Segunda Guerra, o Brasil foi designado sede da Copa de 1950.
A Prefeitura do Rio investiu pesado para erguer o Maracanã, o "maior do mundo", em menos de dois anos. Perto da inauguração dele, eram 11 mil operários trabalhando na obra.
Mas foi na época da ditadura militar que estádios estatais foram construídos em escala quase recorde. Algumas arenas que serão remodeladas para o Mundial, como o Castelão, em Fortaleza, e o Vivaldão, em Manaus, são desse tempo.
Com estádios públicos, os clubes deixam de faturar muito -o São Paulo afirma que a construção de camarotes no Morumbi virou uma grande fonte de renda.


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