São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2001

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Amadorismo marca a modalidade no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol feminino no Brasil está mergulhado no amadorismo. Sem investimentos, as melhores jogadoras brasileiras acabaram migrando para os EUA, que possuem a hegemonia da modalidade e criaram neste ano a WUSA, a liga mais forte do mundo.
Com a ausência das estrelas, as competições se esvaziaram e perderam o pouco interesse que conquistaram após a quarta colocação da seleção brasileira na Olimpíada de Atlanta-96.
À época, despontaram Sissi, Kátia, Roseli e Pretinha. A Sports Promotion e a FPF organizaram um Campeonato Paulista da modalidade, em 1997.
O São Paulo, de Sissi, e o Corinthians, de Roseli, tornaram-se as principais forças.
Com salários altos para a modalidade -Sissi, por exemplo, ganhava cerca de R$ 12 mil mensais- e retorno pífio, o futebol feminino brasileiro perdeu força. Resultado: a maioria dos clubes fechou suas equipes.
Apesar disso, a seleção conseguiu manter a competitividade nos principais torneios.
Sob o comando do técnico Zé Duarte, foi terceira colocada no Mundial de 99, nos EUA, e repetiu a quarta colocação nos Jogos de Sydney-2000. Na Olimpíada, porém, o desempenho foi prejudicado por uma crise interna entre as jogadoras e o treinador.
Neste ano, com uma equipe renovada e com novo treinador, Marcello Fragellio, a seleção conquistou a medalha de ouro na Universíade, em Pequim (CHI).
Atualmente, segundo a CBF, existem no Brasil cerca de 400 mil mulheres jogando futebol. Em São Paulo, o Estado com mais praticantes, só há 206 atletas federadas. E somente 10% delas são profissionais.
Nos EUA, país onde o futebol é mais difundido entre as mulheres, são cerca de 12 milhões.
"Eu acho que o Brasil é muito forte no futebol feminino, mas isso é muito mal trabalhado", afirma Magali Fernandes, treinadora do Juventus (SP), que desde 1995 realiza um trabalho de base no clube. (EAR)


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