|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Balanço final
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O sétimo lugar obtido pela
seleção feminina no Mundial carrega significados diferentes. Pode ser interpretado como
uma vitória pelas dificuldades superadas por um time renovado e
talentoso. Mas também pode ser
sentido como uma derrota por
não termos competido com todas
as grandes jogadoras do país.
Basta relembrar o jogo entre
Brasil e China pelas quartas-de-final. Nos momentos decisivos,
faltou pelo menos uma levantadora mais experiente. Depois de
abrir uma vantagem de 2 sets a 1,
as brasileiras não conseguiram
controlar a ansiedade, perderam
os dois sets seguintes e a partida.
Está certo que Marcelle fez um
grande torneio e talvez tenha sido
a maior boa-nova do time, já que
levantadora é a posição mais carente no país. Mas, em algumas
situações, a experiência faz diferença. E Marcelle só vai conquistar a experiência com o tempo.
Nos Jogos de 2004, o time terá
reais chances de pódio.
Vale lembrar que o sétimo lugar
pode ser dividido com as cinco titulares que pediram dispensa: Fofão, Virna, Érika, Raquel e Walewska. Não ter participado do time também foi uma escolha dessas atletas, o que acarretou consequências para a seleção. E isso
merece reflexão dessas jogadoras.
No balanço de quem ganhou e
perdeu no Mundial, a Rússia saiu
como a grande derrotada. Com
uma seleção de gigantes, ofuscada nos últimos dez anos pelo poderio cubano, deixou escapar a
melhor chance de conquistar o
ouro. Sorte da Itália e dos Estados
Unidos, os grandes vencedores.
O técnico da Rússia, Nikolai
Karpol, foi buscar no futebol uma
explicação para o que aconteceu
com o seu time. Ele disse que Argentina e França pareciam destinadas a vencer a Copa do Mundo
e o Brasil acabou conquistando o
título. Como dá para perceber,
Karpol anda se sentindo meio argentino, meio francês.
O certo é que o tão temido bloqueio russo não parou o ataque
dos Estados Unidos. E o time norte-americano não deixou dúvidas. Mostrou um saque preciso e
apresentou um bloqueio mais poderoso com Danielle Scott e Heather Bown. Resultado: derrotou
as russas na primeira fase e nas
semifinais por 3 sets a 2.
Mas o título ficou com a Itália.
A inédita conquista confirmou a
evolução do vôlei feminino italiano. Desde o ano passado, o time
vem conseguindo resultados nunca antes registrados na sua história, como o vice europeu.
Uma das novidades na Itália,
comandada desde a última temporada por Marco Bonitta, foi a
troca de levantadoras. A antiga
titular, Maurizia Cacciatori, nem
foi convocada. O seu lugar foi
ocupado por Eleonora lo Bianco.
A equipe também contou com a
força do ataque de Elisa Togut,
uma gigante 1,92 m, que na final
destruiu o bloqueio dos Estados
Unidos. A jogada básica foi bola
alta para Togut. Ela virou praticamente todas, fez 30 pontos e teve a merecida honra de fazer o último ponto da decisão.
Outra façanha da Itália foi ter
eliminado nas semifinais a China, uma das favoritas ao título e a
vilã do Mundial. Elas perderam
dois jogos de propósito, escolheram rivais e morreram na praia.
Dessa história, restou uma tarefa aos dirigentes: elaborar regulamentos e tabelas que não possibilitem manobras. Agora é esperar
que no Mundial masculino, que
começa dia 28, não apareçam seguidores da marmelada chinesa.
Argentina
A seleção masculina da Argentina derrotou Cuba nos dois primeiros amistosos preparatórios, da série de três, para o Campeonato
Mundial. No primeiro confronto, a vitória foi por 3 sets a 2. No segundo, por 3 sets a 0. Cuba está com uma equipe renovada e só
contou com um jogador experiente nessas duas partidas: o central
Pavel Pimienta. Nesta semana, o técnico da Argentina, Carlos Getzelevich, vai divulgar a lista dos jogadores que vão disputar o Mundial em casa, a partir de 28 de setembro.
Nova jogada
O ex-atacante da seleção brasileira Jorge Édson faz a sua primeira
jogada fora das quadras. Campeão olímpico em 1992, ele vai inaugurar nesta quarta-feira um café em Sorocaba. Uma das atrações
será uma exposição de fotos de vôlei. A inauguração contará com a
presença de atletas, técnicos e integrantes do time do BCN/Osasco,
onde ele atualmente trabalha como assistente técnico.
E-mail cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Parreira exige duas vitórias em São Paulo Próximo Texto: A rodada Índice
|