|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Wanderson diz que usou descongestionante e pensou em não fazer teste
Seleção descarta médico e tem 2º flagrado por doping
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A história é parecida. Dois anos
depois do doping do pivô Rafael
Araújo, o Baby, outro jogador da
seleção brasileira de basquete foi
pego no exame antidoping em
uma competição fora do Brasil.
Desta vez o personagem é o ala
Wanderson Trigueiro, do Uberlândia, convocado para amistosos
pela Europa em julho, que serviram de treino para equipes que
foram aos Jogos de Atenas -o
Brasil perdeu sete dos oito jogos.
Um exame feito na Grécia revelou a existência de efedrina no organismo do atleta. A Fiba (Federação Internacional de Basquete)
suspendeu Wanderson preventivamente, até sair o resultado da
contraprova, aberta anteontem.
A efedrina é um estimulante do
sistema nervoso central, que retarda os efeitos da fadiga.
Wanderson, 23, afirma que não
tinha intenção de se dopar. Diz
que estava gripado e que utilizou
um descongestionante nasal que
sempre usa antes de dormir.
Segundo ele, a seleção foi pega
de surpresa com a notícia de que
teria que fazer antidopings na
Grécia. "Competições amistosas
nunca têm exames. Acho que como são jogos sem valor, isso não
representaria uma vantagem."
Apenas quando chegaram a
Atenas os jogadores souberam
que teriam que fazer os exames.
Em um primeiro momento, pensaram em se recusar. "A gente
tentou dizer que não ia participar
da Olimpíada, mas não adiantou,
tivemos que fazer os testes, porque os organizadores disseram
que se não fizéssemos iam dizer
que nós estávamos dopados."
E Wanderson culpa o fato de
não ter um médico com a seleção
pelo que aconteceu com ele.
"Se tivesse um médico lá isso
não teria acontecido. A gente não
teria feito o exame, ele teria dado
um jeito, teria entrado com um
pedido, alguma coisa", diz o jogador que não jogou o Sul-Americano por causa da suspensão.
A Confederação Brasileira de
Basquete argumenta que em
competições amistosas não há a
obrigatoriedade de um médico
acompanhar a delegação. Para a
Grécia, o Brasil levou só um fisioterapeuta para cuidar de lesões.
Caso o resultado da contraprova dê positivo, o jogador deve basear sua defesa principalmente no
fato de se tratar de um torneio
amistoso. "Ainda bem que isso
aconteceu agora, num torneio
sem importância. Assim acho que
minhas chances de ser absolvido
são bem maiores", afirma.
De acordo com Eduardo De Rose, médico brasileiro e membro
do conselho principal da Agência
Mundial Antidoping, a Wada, a
alegação não tem fundamento. "A
partir do momento em que o atleta está jogando, não pode usar um
medicamento que contenha alguma substância proibida, não importa o tipo de competição."
Ainda segundo De Rose, a punição máxima para esse tipo de doping é de um ano de suspensão.
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Pingue-pongue: Jogador diz que não se dopou e mantém rotina Índice
|