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PINGUE-PONGUE
Brasileiro diz que teve medo, mas vê time como família
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO ENVIADO A ATENAS
Cléber Vieira, 25, é um dos
cinco estrangeiros do Sakhnin.
Há pouco mais de um mês no
time e com contrato por uma
temporada, o atacante diz que
ficou com medo ao saber que
jogaria em Israel e que o clube é
diferente por ter a simpatia de
árabes e judeus.
(EO E FI)
Folha - Como você, que começou na Ponte Preta, foi parar em
um time árabe em Israel?
Cléber - Eu jogava na Bélgica,
no Liège, e minha empresária,
que tinha contato com o treinador do time, me trouxe para cá.
Folha - Você ficou com medo?
Cléber - Estava de férias, na
Espanha, e minha empresária
me ligou e disse: "Você vai para
Israel". Pelo o que a gente vê na
TV, dá medo, mas já tinha outro brasileiro aqui, e ele me falou para vir tranqüilo. Tem os
problemas entre árabes e judeus, mas aqui o bom é que você pode andar na rua tranqüilo.
Folha - E como é jogar num time árabe em Israel?
Cléber - O Sakhnin é diferente. Uniu estrangeiros com árabes e judeus. Não há diferença,
é como uma família. Em outras
equipes, é difícil ter árabes.
Nosso time é o único árabe na
primeira divisão, os outros não
conseguem subir, dizem que
têm problemas com árbitros.
Folha - Como estrangeiro, você
não teve problema?
Cléber - Não, gostam muito
do estrangeiro. Você vai fazer
compras e não deixam pagar.
Folha - Para vocês, jogar em
Tel Aviv é um problema?
Cléber - Não. Árabes e judeus
gostam da equipe. Até contra o
Partizan foi muita gente assistir. Tel Aviv fica a 250 km de
Shakhin. Não era só o pessoal
de Shakhin, que tem 5.000 ou
10 mil habitantes. O estádio lotou. Só há discriminação quando encaramos equipe judia.
Folha - E a cidade?
Cléber - Shakhin é pequenina.
Poucos atletas moram lá. Moro
em Camel, uma cidade de judeus, a 10 km de Shaknin.
Folha - E como o Shakhin vai
encarar o Newcastle?
Cléber - Somos um time pequeno. Nunca se sabe. O Newcastle é uma superequipe, mas
o futebol é imprevisível. O empate na Inglaterra será ótimo.
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