|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sucessão faz sombra ao sprint do Palmeiras
Política no clube ferve no momento em que time se aproxima do Grêmio
Tentativas de acerto entre os grupos do presidente Della Monica e do vice de futebol, Gilberto Cipullo, estão perto de se esgotar
PAULO VINICIUS COELHO
COLUNISTA DA FOLHA
A três pontos do Grêmio, na
corrida pela liderança do Brasileiro, o Palmeiras convive com
uma ameaça neste final de
2008: a crise política.
Todas as tentativas de aglutinação entre os grupos do presidente Affonso della Monica e
do vice-presidente de futebol,
Gilberto Cipullo, estão perto de
se esgotar e podem até representar reaproximação do presidente com Mustafá Contursi,
seu antecessor no cargo.
O segundo mandato de Della
Monica termina em janeiro. Há
dois anos, ele foi eleito por uma
coligação com o movimento
"Muda Palmeiras", ligado a Cipullo e histórico opositor a
Mustafá, de quem Della Monica foi vice até 2005.
O estatuto não dá direito à
segunda reeleição, o que obrigaria Della Monica a indicar
um candidato à sucessão.
Incapaz de fazer isso sem ferir um dos lados de sua base
aliada, o presidente trabalhou
politicamente para ampliar seu
mandato atual até outubro.
Esbarrou, entretanto, no
"Muda Palmeiras".
"Somos contra mudar estatuto por casuísmo", diz o presidente do Conselho Deliberativo, Serafim Del Grande, ligado
ao "Muda Palmeiras".
Um dos capítulos dessa história foi a criação de uma comissão para reforma do estatuto, composta por seis integrantes (Gilberto Cipullo, Wladimir
Pescarmona, Francisco Hipólito, Antônio Augusto Pompeu
de Toledo, Gilton Avallone e
Antônio Carlos Corcione), cinco deles do "Muda Palmeiras"
-Corcione, ligado a Della Monica, é a exceção.
Entre esses, Cipullo é o que
mais se aproxima da idéia de
prorrogação do mandato, mas
uma viagem de descanso inviabilizou sua participação nos
diálogos das últimas semanas.
A comissão pretende ampliar
o mandato até abril, em vez de
outubro.
"Isso serviria para corrigir
uma distorção", relata Del
Grande. "Pelo estatuto atual, o
presidente é eleito em janeiro,
pelos conselheiros em fim de
mandato. A idéia é eleger o novo conselho em janeiro e esses
novos conselheiros elegerem o
presidente em abril", explica o
presidente do Conselho Deliberativo palmeirense.
Uma alternativa de Della
Monica seria conseguir 60 assinaturas para exigir que o conselho convocasse assembléia
para votar a prorrogação do
mandato. Nesse caso, a prorrogação seria conquistada com
50% mais um dos votos da assembléia.
O atual estatuto exige a divulgação dos eleitores com direito
a voto 60 dias antes da eleição e
o edital de convocação com 30
dias de antecedência.
Isso significa que a votação
do novo mandato, ou do novo
estatuto, teriam de acontecer
até o próximo 13 de outubro,
com convocação no máximo
em 30 de setembro.
Se não houver acordo nas
próximas duas semanas, o mais
provável é ocorrer a ruptura
entre os dois grupos.
Texto Anterior: José Roberto Torero: As pernas e as pedras Próximo Texto: Saiba mais: No controle, "Muda" visou Traffic e arena Índice
|