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Caminho das índias
Ante tenistas frágeis e em piso favorável, Brasil testa sua 5ª chance de rever elite da Davis
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A CHENNAI
O Brasil disputa, a partir
da próxima madrugada, em
Chennai, na Índia, a repescagem do Grupo Mundial da
Copa Davis de tênis pelo
quinto ano consecutivo.
É a terceira vez nesta série
que os brasileiros atuarão fora de seus domínios. Agora,
entretanto, as condições não
são tão desfavoráveis.
O Brasil conta com jogadores muito mais bem posicionados no ranking mundial,
com exceção dos duplistas, e
não atuará na grama, superfície em que não possui um
histórico de bons resultados.
Enquanto Thomaz Bellucci (27º) e Ricardo Mello (75º)
estão entre os top 100, o melhor indiano é Somdev Devvarman, apenas o 113º.
O número dois do adversário, Rohan Bopanna, é somente o 479º do ranking.
Os tenistas brasileiros, que
esperavam jogar na grama,
todos festejaram ao tomarem
ciência da escolha do piso.
"Se eu ganhei dois ou três
jogos na grama, foi muito",
afirmou Ricardo Mello. "Então é lógico que jogar na
[quadra] dura é melhor para
mim", completou ele, cujo
único título de primeira linha
aconteceu nesse tipo de piso.
Bopanna chega a Chennai
embalado pelo vice-campeonato na chave de duplas do
Aberto dos EUA, porém ele
pouco joga partidas de simples. A aposta é que, por isso,
o 19º do mundo em duplas
sinta dificuldades físicas em
uma partida de simples em
melhor de cinco sets.
"Em Bauru, joguei uma
melhor de três e terminei
quase morrendo", afirmou o
duplista Marcelo Melo.
Ele conta que a diferença é
brutal, já que em duplas ele
precisa cobrir apenas meia
quadra e a disputa dos pontos são bem mais curtas.
Apesar dessas vantagens,
o Brasil adotou um discurso
cauteloso. O capitão do Brasil, João Zwetsch, considera
que as chances de cada time
estão divididas na metade.
"Realmente os rankings
dos nossos jogadores são melhores, mas a Copa Davis é
uma competição diferente,
em que conta muito o lado
psicológico", afirmou ele.
Para Bellucci, o fato de o
Brasil estar há tanto tempo
fora da elite da Davis não aumenta a pressão sobre o grupo, mas sim a motivação.
O que pesa contra o Brasil
é o retrospecto recente. No
ano passado, a equipe também tinha jogadores mais
bem ranqueados e ainda disputava o confronto diante de
sua torcida, em Porto Alegre.
O Brasil, porém, desperdiçou a chance de voltar ao
Grupo Mundial ao sucumbir
diante do quase aposentado
Nicolas Lapentti, que liderou
o Equador e adiou sua parada apenas pelo gostinho de
jogar na elite da Copa Davis.
NA TV
Brasil x Índia
3h de amanhã Sportv 2
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