São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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Caminho das índias

Ante tenistas frágeis e em piso favorável, Brasil testa sua 5ª chance de rever elite da Davis

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A CHENNAI

O Brasil disputa, a partir da próxima madrugada, em Chennai, na Índia, a repescagem do Grupo Mundial da Copa Davis de tênis pelo quinto ano consecutivo.
É a terceira vez nesta série que os brasileiros atuarão fora de seus domínios. Agora, entretanto, as condições não são tão desfavoráveis.
O Brasil conta com jogadores muito mais bem posicionados no ranking mundial, com exceção dos duplistas, e não atuará na grama, superfície em que não possui um histórico de bons resultados. Enquanto Thomaz Bellucci (27º) e Ricardo Mello (75º) estão entre os top 100, o melhor indiano é Somdev Devvarman, apenas o 113º. O número dois do adversário, Rohan Bopanna, é somente o 479º do ranking. Os tenistas brasileiros, que esperavam jogar na grama, todos festejaram ao tomarem ciência da escolha do piso.
"Se eu ganhei dois ou três jogos na grama, foi muito", afirmou Ricardo Mello. "Então é lógico que jogar na [quadra] dura é melhor para mim", completou ele, cujo único título de primeira linha aconteceu nesse tipo de piso.
Bopanna chega a Chennai embalado pelo vice-campeonato na chave de duplas do Aberto dos EUA, porém ele pouco joga partidas de simples. A aposta é que, por isso, o 19º do mundo em duplas sinta dificuldades físicas em uma partida de simples em melhor de cinco sets.
"Em Bauru, joguei uma melhor de três e terminei quase morrendo", afirmou o duplista Marcelo Melo. Ele conta que a diferença é brutal, já que em duplas ele precisa cobrir apenas meia quadra e a disputa dos pontos são bem mais curtas.
Apesar dessas vantagens, o Brasil adotou um discurso cauteloso. O capitão do Brasil, João Zwetsch, considera que as chances de cada time estão divididas na metade.
"Realmente os rankings dos nossos jogadores são melhores, mas a Copa Davis é uma competição diferente, em que conta muito o lado psicológico", afirmou ele.
Para Bellucci, o fato de o Brasil estar há tanto tempo fora da elite da Davis não aumenta a pressão sobre o grupo, mas sim a motivação.
O que pesa contra o Brasil é o retrospecto recente. No ano passado, a equipe também tinha jogadores mais bem ranqueados e ainda disputava o confronto diante de sua torcida, em Porto Alegre.
O Brasil, porém, desperdiçou a chance de voltar ao Grupo Mundial ao sucumbir diante do quase aposentado Nicolas Lapentti, que liderou o Equador e adiou sua parada apenas pelo gostinho de jogar na elite da Copa Davis.

NA TV
Brasil x Índia
3h de amanhã Sportv 2


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