São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2005

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Rival da hora, Corinthians pega Palmeiras e mais 20

Tido com o maior beneficiado pela anulação dos 11 jogos, líder do Brasileiro concentra ódio de seus adversários, rechaça condição de favorecido e desafia arqui-inimigo no Morumbi

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No clássico de maior rivalidade do futebol paulista, o Palmeiras, que enfrenta o líder do Brasileiro, o Corinthians, às 16h, no Morumbi, não estará sozinho na tentativa de derrubar seu arqui-rival.
O clube do Parque São Jorge, beneficiado indiretamente com a anulação das 11 partidas apitadas por Edilson Pereira de Carvalho, virou símbolo do ódio de adversários que se sentiram prejudicados com a decisão do STJD.
Vozes de dirigentes, jogadores e torcedores contrários à repetição das partidas ecoaram contra os corintianos e um suposto esquema que os favorece para arrematar seu quarto título do Nacional.
Revoltados, torcedores do Internacional, que ameaça acionar a Justiça comum contra a anulação dos jogos, afirmaram haver favorecimento para a MSI, parceira corintiana que investiu mais de R$ 100 milhões para montar a equipe mais cara do país.
"O campeonato já acabou. Pode dar a faixa para o Corinthians. É isso o que todos querem", disse Marcelo Rodrigues, presidente da Camisa 12, do Inter.
No São Paulo, que também não gostou de repetir partidas (uma delas contra o próprio Corinthians), o lateral Cicinho afirmou que o Corinthians está sendo favorecido, opinião, segundo ele, semelhante ao dos jogadores da seleção brasileira. E que torcerá para o Internacional levar o título.
O Corinthians vê perseguição. "É sempre assim. Quando estamos em primeiro, querem nos derrubar. Quando estamos em último, querem nos colocar ainda mais para baixo", disse o vice de futebol Andrés Sanchez.
O técnico Antônio Lopes também se queixou da torcida dos rivais contra sua equipe.
"O Corinthians não provocou essa situação. Não pediu nada, não fez com que os resultados tivessem qualquer interferência da arbitragem e não está se beneficiando de nenhum ato desonesto", disse. "Estamos simplesmente ganhando nas quatro linhas."
O atacante Tevez afirmou que se o time vencer será dentro do campo, e não fora. "Eu falei que, se formos campeões, não quero escutar que fomos favorecidos. Sempre fui contra a repetição."
No Palmeiras, que está em quarto, com 52 pontos, e ainda persegue o líder, o técnico Leão diz que está difícil animar o grupo.
"Sobretudo após a vitória do Corinthians sobre o Santos ficou mais difícil. Se perdermos, estamos eliminados", afirmou.
Para o jogo de hoje, que até anteontem tinha 22 mil ingressos vendidos, a Polícia Militar terá 300 homens no Morumbi. O coronel Luis Fernando Serpa, comandante do policiamento, pediu que os atletas não incitem os torcedores à violência, como aconteceu na Vila Belmiro.
Anteontem, ele pediu a dirigentes são-paulinos que orientem seus atletas a não darem declarações polêmicas para o clássico com o Corinthians. "A torcida é manipulada pela paixão."


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