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Rival da hora, Corinthians pega Palmeiras e mais 20
Tido com o maior beneficiado pela anulação dos 11 jogos, líder do Brasileiro concentra ódio de seus adversários, rechaça condição de favorecido e desafia arqui-inimigo no Morumbi
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
No clássico de maior rivalidade
do futebol paulista, o Palmeiras,
que enfrenta o líder do Brasileiro,
o Corinthians, às 16h, no Morumbi, não estará sozinho na tentativa
de derrubar seu arqui-rival.
O clube do Parque São Jorge,
beneficiado indiretamente com a
anulação das 11 partidas apitadas
por Edilson Pereira de Carvalho,
virou símbolo do ódio de adversários que se sentiram prejudicados com a decisão do STJD.
Vozes de dirigentes, jogadores e
torcedores contrários à repetição
das partidas ecoaram contra os
corintianos e um suposto esquema que os favorece para arrematar seu quarto título do Nacional.
Revoltados, torcedores do Internacional, que ameaça acionar a
Justiça comum contra a anulação
dos jogos, afirmaram haver favorecimento para a MSI, parceira
corintiana que investiu mais de
R$ 100 milhões para montar a
equipe mais cara do país.
"O campeonato já acabou. Pode
dar a faixa para o Corinthians. É
isso o que todos querem", disse
Marcelo Rodrigues, presidente da
Camisa 12, do Inter.
No São Paulo, que também não
gostou de repetir partidas (uma
delas contra o próprio Corinthians), o lateral Cicinho afirmou
que o Corinthians está sendo favorecido, opinião, segundo ele,
semelhante ao dos jogadores da
seleção brasileira. E que torcerá
para o Internacional levar o título.
O Corinthians vê perseguição.
"É sempre assim. Quando estamos em primeiro, querem nos
derrubar. Quando estamos em último, querem nos colocar ainda
mais para baixo", disse o vice de
futebol Andrés Sanchez.
O técnico Antônio Lopes também se queixou da torcida dos rivais contra sua equipe.
"O Corinthians não provocou
essa situação. Não pediu nada,
não fez com que os resultados tivessem qualquer interferência da
arbitragem e não está se beneficiando de nenhum ato desonesto", disse. "Estamos simplesmente ganhando nas quatro linhas."
O atacante Tevez afirmou que se
o time vencer será dentro do campo, e não fora. "Eu falei que, se
formos campeões, não quero escutar que fomos favorecidos.
Sempre fui contra a repetição."
No Palmeiras, que está em quarto, com 52 pontos, e ainda persegue o líder, o técnico Leão diz que
está difícil animar o grupo.
"Sobretudo após a vitória do
Corinthians sobre o Santos ficou
mais difícil. Se perdermos, estamos eliminados", afirmou.
Para o jogo de hoje, que até anteontem tinha 22 mil ingressos
vendidos, a Polícia Militar terá
300 homens no Morumbi. O coronel Luis Fernando Serpa, comandante do policiamento, pediu que os atletas não incitem os
torcedores à violência, como
aconteceu na Vila Belmiro.
Anteontem, ele pediu a dirigentes são-paulinos que orientem
seus atletas a não darem declarações polêmicas para o clássico
com o Corinthians. "A torcida é
manipulada pela paixão."
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