DA REPORTAGEM LOCAL

Não é à toa que o Palmeiras é o clube a ser observado e o Corinthians o time a ser batido neste Brasileiro. Com eles em campo, dificilmente uma partida terminará sem nenhum gol.
Os arqui-rivais, que hoje se enfrentam no Morumbi, fazem uma dupla pródiga em ter redes estufadas em suas partidas.
Isso porque corintianos e palmeirenses permitem uma média alta de gols (feitos e sofridos) em seus jogos. A do time do Parque São Jorge é de 3,77. No outro Parque, esse número é 3,39.
A soma dessas médias, 7,16 gols por jogo, é a maior da dupla desde 1971, quando foi criado o Campeonato Brasileiro. Pela primeira vez na história a soma das médias de gols por confronto desses times supera a casa dos sete. Antes da edição deste ano, foi o campeonato de 2001 que registrou o dueto mais afeito a gols. Naquele ano, a dupla combinada tinha média de 6,59 tentos por duelo.
Muito dessa disposição de ver a bola nas redes é mérito dos ataques dos dois times. Corinthians, com 66 gols anotados, e Palmeiras, com 59, chegaram a esta rodada do Campeonato Brasileiro com os setores ofensivos mais produtivos da competição.
Para contabilizar tantos gols assim, os arqui-rivais têm usado a tática de tentar até conseguir.
Corintianos e palmeirenses estão entre os que mais finalizam no Brasileiro. Os pupilos de Antônio Lopes estão em terceiro neste ranking, com média de 16,6 arremates por duelo. A equipe de Leão vem logo em seguida, em quarto lugar, com 16,4 chutes por jogo.
Outro ponto em comum nos dois ataques é o cabeceio.
Os palmeirenses usaram em 17 oportunidades a cabeça para empurrar a bola para a rede do adversário -o equivalente a 28,8% do total. É o time que mais gols de cabeça anotou neste Nacional. Na segunda posição vem o Corinthians. O clube fez 14 tentos pelo alto - 21,2% do total.
Mas não são apenas os ataques os responsáveis pela alta dose de emoção nas partidas da dupla paulista. As defesas em ambos os lados tem se mostrado generosas ao longo do Nacional. O Palmeiras já viu seus goleiros serem vazados 46 vezes. O Corinthians, que por várias rodadas teve a defesa mais esburacada do campeonato, sofreu 47 tentos.
Essa discrepância na atuação entre defesa e ataque tem sido uma das preocupações de Antônio Lopes no Corinthians. "Temos um time tremendamente ofensivo e aos poucos vamos conseguindo equilibrá-lo com a defesa", explica o técnico corintiano.
Apesar de toda a expectativa e do retrospecto que apontam para um clássico recheado de gols, o treinador palmeirense ainda aposta na velha máxima de que num confronto dessa envergadura não se corre riscos.
"O Corinthians não vai jogar assim. Ele ganhou pontos importantes contra o Santos e não vai querer perder agora", diz Emerson Leão. (EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)

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