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ADMINISTRAÇÃO
Entidades olímpicas, que sonham com lei para o esporte, são minoria em programa do ministério
Elite fecha os olhos para incentivo fiscal de projetos de base
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
As entidades que gerem as modalidades olímpicas praticamente
ignoram mecanismo de incentivo
fiscal para o esporte de base.
O Ministério do Esporte mantém em parceria com o Conselho
Nacional dos Direitos da Criança
e do Adolescente (Conanda) projeto que permite a empresas dedução de 1% do Imposto de Renda devido como doação para projetos esportivos. Mas desde que
eles tenham cunho social e não sejam voltados para adultos.
Dos 19 projetos aprovados até
hoje, apenas dois envolvem diretamente entidades de elite: o Viva
Vôlei, da confederação brasileira,
e os núcleos de formação do Finasa, patrocinador do time de vôlei
de Osasco, tricampeão nacional.
Receberam cerca de R$ 2 milhões
e R$ 2,7 mi, respectivamente.
Os demais foram inscritos por
ONGs, associações e prefeituras.
Entre eles estão a entidade dos velejadores campeões olímpicos
Lars Grael, Torben Grael e Marcelo Ferreira, e a da ex-atleta de vôlei
Ana Moser -este último mantido em parceria com o Rexona.
"No conceito, todos se preocupam com o social, mas, na prática,
a prioridade é a excelência e só. E
um mecanismo como esse acaba
sendo subutilizado porque não
interessa para muitos", diz Ana,
relembrando o lobby das confederações e do comitê olímpico
por incentivo para o esporte nos
moldes da lei Rouanet, da Cultura. Hoje, as entidades olímpicas e
paraolímpicas recebem o repasse
de 2% da arrecadação das loterias.
Para algumas entidades, porém,
o investimento em projetos sociais e de base não exclui o alto
rendimento. A confederação de
canoagem, por exemplo, festeja
os frutos dessas iniciativas.
Algumas atletas da seleção permanente largaram a lavoura e
despontam como promessas para
o Pan-2007 graças a ações sociais
que as colocaram na água.
"Com o esporte você dá oportunidade de a criança ter novas
perspectivas e visão de vida. Será
um cidadão melhor. Mas você
também aumenta o número de
gente passando pela peneira e fatalmente descobre talentos", diz
João Tomasini, presidente da entidade, que ainda não conseguiu
captar recursos via Conanda.
Até agora, mais de R$ 20 milhões em deduções já foram autorizadas. O recordista é o projeto
Esporte Cidadão, da Prefeitura de
Farroupilha (RS), com R$ 6,7 mi.
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