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Interlagos atinge limite de remendos
Autódromo já consertou sete pontos da pista e, se precisar de novos acertos, obrigará prefeitura a refazer asfalto
Segundo Carlos Montagner, diretor do GP, o ideal seria o recapeamento total do circuito, obra que custaria cerca de R$ 7 milhões
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fernando Alonso ou Michael
Schumacher; Ferrari ou Renault; uma zebra. Qualquer que
seja o resultado do GP Brasil,
no domingo, Interlagos fechará
o Mundial com um recorde. O
limite de emendas no asfalto.
Com as obras executadas nos
últimos meses, o autódromo
paulistano soma agora sete
pontos de conserto na pista. Segundo Carlos Montagner, diretor do GP, é o limite permitido
pela FIA (entidade máxima do
automobilismo) para homologação de circuitos para a F-1.
Assim, caso a Prefeitura de
São Paulo precise recuperar algum trecho no ano que vem, terá de fazer uma reforma maior.
No mínimo, passando por cima
de dois dos remendos atuais.
"Interlagos atingiu o limite.
O Charlie Whiting já deixou
claro na última visita à pista
que não dá para fazer outras
emendas", declarou Montagner, referindo-se ao inspetor de
segurança da categoria.
Para Montagner, o ideal seria
o recapeamento total do circuito, obra realizada pela última
vez há seis anos. Na ocasião, a
prefeitura investiu R$ 4,5 milhões -R$ 7 milhões em valores corrigidos- e fez estardalhaço com o anúncio de que Interlagos receberia um "asfalto
de alta performance", similar
aos de Silverstone e Sepang.
O resultado foi desastroso. A
S.A. Paulista, empreiteira contratada para executar o recapeamento sob orientação de
um técnico inglês, entregou a
pista cheia de ondulações, provocando críticas ferozes dos pilotos e exigindo nova reforma,
no fim de 2000, conduzida e
bancada pela Emurb (Empresa
Municipal de Urbanização).
Desde então, tudo o que houve no circuito foram remendos.
Como as obras para o 35º GP
Brasil, que oficialmente começa às 11h da sexta-feira, com as
primeiras sessões de treinos.
A pedido de Whiting, a prefeitura recapeou o asfalto na
parte interna do S do Senna, no
Bico de Pato e nas curvas do Pinheirinho e do Café. Segundo
Francisco Rosa, administrador
do autódromo, os dois primeiros pontos eram prioritários.
"A FIA pediu o asfalto no S e
no Bico de Pato, que tinha uma
rachadura estranha. No Pinheirinho e no Café, fizemos mais
por nossa conta, mas com a
aprovação deles", disse Rosa.
Segundo ele, a prefeitura não
tem planos para um novo recapeamento no ano que vem.
"Mas, se a FIA pedir, acho que a
Reta Oposta pode ser refeita.
Os maiores problemas estão lá.
Mas aí teríamos que arrancar
tudo, deixar na terra e começar
o asfalto do zero", declarou.
O assunto "asfalto" deve ser
tema da primeira vistoria de
Whiting em Interlagos nesta
semana, na quarta-feira.
No mesmo dia, devem acontecer os últimos ajustes, como a
pintura do grid de largada e o
corte da grama. Restarão apenas retoques de paisagismo, como a pintura de marcas publicitárias nos muros e no gramado.
Na área dos boxes, a situação
já está mais adiantada. Os últimos equipamentos dos times
chegaram ao autódromo no sábado. Hoje, a montagem da
maioria dos 33 carros deve estar concluída -29 pilotos, sete
deles de testes, experimentarão
os remendos da pista paulistana dentro de quatro dias.
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