São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

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Interlagos atinge limite de remendos

Autódromo já consertou sete pontos da pista e, se precisar de novos acertos, obrigará prefeitura a refazer asfalto

Segundo Carlos Montagner, diretor do GP, o ideal seria o recapeamento total do circuito, obra que custaria cerca de R$ 7 milhões

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fernando Alonso ou Michael Schumacher; Ferrari ou Renault; uma zebra. Qualquer que seja o resultado do GP Brasil, no domingo, Interlagos fechará o Mundial com um recorde. O limite de emendas no asfalto.
Com as obras executadas nos últimos meses, o autódromo paulistano soma agora sete pontos de conserto na pista. Segundo Carlos Montagner, diretor do GP, é o limite permitido pela FIA (entidade máxima do automobilismo) para homologação de circuitos para a F-1.
Assim, caso a Prefeitura de São Paulo precise recuperar algum trecho no ano que vem, terá de fazer uma reforma maior. No mínimo, passando por cima de dois dos remendos atuais.
"Interlagos atingiu o limite. O Charlie Whiting já deixou claro na última visita à pista que não dá para fazer outras emendas", declarou Montagner, referindo-se ao inspetor de segurança da categoria.
Para Montagner, o ideal seria o recapeamento total do circuito, obra realizada pela última vez há seis anos. Na ocasião, a prefeitura investiu R$ 4,5 milhões -R$ 7 milhões em valores corrigidos- e fez estardalhaço com o anúncio de que Interlagos receberia um "asfalto de alta performance", similar aos de Silverstone e Sepang.
O resultado foi desastroso. A S.A. Paulista, empreiteira contratada para executar o recapeamento sob orientação de um técnico inglês, entregou a pista cheia de ondulações, provocando críticas ferozes dos pilotos e exigindo nova reforma, no fim de 2000, conduzida e bancada pela Emurb (Empresa Municipal de Urbanização).
Desde então, tudo o que houve no circuito foram remendos. Como as obras para o 35º GP Brasil, que oficialmente começa às 11h da sexta-feira, com as primeiras sessões de treinos.
A pedido de Whiting, a prefeitura recapeou o asfalto na parte interna do S do Senna, no Bico de Pato e nas curvas do Pinheirinho e do Café. Segundo Francisco Rosa, administrador do autódromo, os dois primeiros pontos eram prioritários.
"A FIA pediu o asfalto no S e no Bico de Pato, que tinha uma rachadura estranha. No Pinheirinho e no Café, fizemos mais por nossa conta, mas com a aprovação deles", disse Rosa.
Segundo ele, a prefeitura não tem planos para um novo recapeamento no ano que vem. "Mas, se a FIA pedir, acho que a Reta Oposta pode ser refeita. Os maiores problemas estão lá. Mas aí teríamos que arrancar tudo, deixar na terra e começar o asfalto do zero", declarou.
O assunto "asfalto" deve ser tema da primeira vistoria de Whiting em Interlagos nesta semana, na quarta-feira.
No mesmo dia, devem acontecer os últimos ajustes, como a pintura do grid de largada e o corte da grama. Restarão apenas retoques de paisagismo, como a pintura de marcas publicitárias nos muros e no gramado.
Na área dos boxes, a situação já está mais adiantada. Os últimos equipamentos dos times chegaram ao autódromo no sábado. Hoje, a montagem da maioria dos 33 carros deve estar concluída -29 pilotos, sete deles de testes, experimentarão os remendos da pista paulistana dentro de quatro dias.



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