DA REPORTAGEM LOCAL

Ela é de novo a atleta mais velha do Mundial. Mas, desta vez, Oksana Chusovitina, 31, está diferente. Após defender URSS, Comunidade dos Estados Independentes e Uzbequistão e comover o mundo na luta contra a leucemia do filho -ela deixara o esporte, mas voltou a atuar para pagar o tratamento-, a atleta defenderá a Alemanha em Aarhus. "É a forma de agradecer ao país que curou meu filho", diz ela, que treina no Toyota Köln com a ajuda do técnico brasileiro Rodolfo Prevelato e vê Alisher, 7, ingressar no esporte que a consagrou. À Folha, Oksana disse que pensa em parar e falou sobre as brasileiras.0 (CCP)  

FOLHA - Sua carreira viu muitas reviravoltas, não?
OKSANA CHUSOVITINA - Vivi a maior glória no título olímpico de 1992. Com o fim da URSS, tudo mudou na vida e nos treinos, levando em conta o apoio que tínhamos antes e após o regime, quando ficamos sem estrutura. Depois, foi a doença do Alisher.

FOLHA - Por que você resolveu competir pela Alemanha?
CHUSOVITINA - É a forma de retribuir amor ao país que me acolheu e ajudou na cura da leucemia do meu filho. Vivi momento crítico em 2002, quando Alisher ficou entre a vida e a morte. Mas os médicos, o povo alemão e a comunidade da ginástica me ajudaram a trazê-lo à vida.

FOLHA - Como está seu filho?
CHUSOVITINA - Ele está ótimo, curado, em casa. Ainda faz exames de rotina duas vezes ao ano. Mas até tem treinado ginástica. E eu ainda compito por ele.

FOLHA - E o Mundial?
CHUSOVITINA - As americanas são fortes. Quanto às brasileiras, são boas, só que erram nos principais torneios, talvez por medo ou pressão, e não mostram tudo o que podem.

FOLHA - Pensa em parar?
CHUSOVITINA - Sim, num momento de grande glória, mas não paro antes de 2008. Talvez na Olimpíada. Mas sei que trabalharei com ginástica.


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