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Seleção feminina luta por projeto de uma década
Ginastas estréiam no Mundial da Dinamarca na disputa
por uma das 24 vagas de equipes no Pré-Olímpico de 2007
Para a CBG, deixar Aarhus sem classificação seria uma "tragédia", pois avalia que nunca condições foram tão favoráveis para as atletas
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção feminina de ginástica artística luta hoje para fazer valer um planejamento de
oito anos da confederação brasileira e evitar uma tragédia.
"Sim, será trágico se não ficarmos entre as 24 melhores
equipes e não nos classificarmos para o Pré-Olímpico. Implicaria o aborto de todo o projeto feito até Pequim-2008,
desde a contratação de Oleg
[Ostapenko, treinador ucraniano que dirige a seleção feminina]", afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG.
A preocupação tem fundamento, já que nunca o Brasil
chegou tão bem gabaritado e
estruturado ao Mundial. Ao todo, foram investidos R$ 160 mil
-a maior quantia em toda a
história- para a participação
no torneio em Aarhus, que envolveu até aclimatação na cidade alemã de Nieterworresbach.
Fora isso, nunca a modalidade atraiu tantos recursos como
agora, em que dispõe de verba
anual da Lei Piva (cerca de R$
1,8 milhão) e dos patrocínios da
Bombril e da Caixa Econômica
Federal (R$ 1,8 milhão).
"Nosso objetivo é claro: classificar a equipe. Temos todas as
condições para isso, basta repetirmos o que temos feito nos
treinos", diz Daiane dos Santos,
principal estrela da seleção.
E não é só em estrutura que o
país chega afiado. O fato de ter
enviado ginastas a quase todas
as etapas da Copa do Mundo
neste ano, incluindo Xangai,
ajudou a equipe a assimilar melhor o novo código de pontuação. "A experiência conta bastante no Mundial. Creio que isso é o que diferencia cada uma
de nós dos Mundiais anteriores", afirma Daniele Hypólito.
Desta vez, a equipe terá Laís
Souza, que em 2005 não pôde
atuar em Melbourne devido a
uma contusão na véspera do
torneio e agora chega com o
status de líder no quadro de
medalhas da Copa 2005/2006.
O retrospecto também é favorável ao Brasil, já que na última disputa por equipes, em
Anaheim (EUA), há três anos, a
seleção feminina terminou em
oitavo lugar, quando garantiu
pela primeira vez sua classificação à Olimpíada -terminou em
nono lugar em Atenas-2004.
As brasileiras, porém, acreditam que será difícil lutar por
pódio, seja pela presença de
duas estreantes em Mundiais
na equipe, Bruna da Costa e Juliana Santos, seja pelo fato de a
seleção estar atrás de americanas, romenas e chinesas.
"Para nós, a coisa mais importante é classificar para o
Pré-Olímpico. Temos um grande número de juvenis talentosas que não têm idade para estar no Mundial [16 anos], mas
tomarão parte nesta geração de
ginastas", diz Ostapenko, técnico que lapida a seleção desde
2002 e conta entre as juvenis
com Jade Barbosa, que superou
atletas da seleção no Brasileiro.
Mas, por melhor que atue hoje, a seleção terá que esperar
até amanhã, quando as últimas
das 33 equipes do Mundial
cumprirão suas rotinas, para
saber seu resultado final.
Além do Pré-Olímpico, as
brasileiras, em especial para
Daniele e Laís, buscam pontos
para obter vaga na finalíssima
da Copa, que reunirá em dezembro as oito melhores de cada aparelho em São Paulo.
Se repetir 2003 e ficar entre
as oito primeiras, a equipe volta
a atuar na quinta, na final.
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