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C13 renova estatuto com cláusula anti-Mustafá
Pelo documento, atual vice pode ter de sair por ter funções em outras entidades
Nas duas propostas a serem votadas hoje pelos clubes, ex-presidente do Palmeiras fica em xeque por já dirigir o Sindicato do Futebol
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo estatuto do Clube dos
13 deve tirar do poder um dos
dirigentes mais antigos do futebol brasileiro. Na votação para
a formalização do documento,
que será feita hoje, Mustafá
Contursi tem grande chance de
ser alijado da principal entidade de clubes do país.
Nas duas propostas que serão
submetidas aos times, o ex-presidente do Palmeiras está proibido de exercer qualquer cargo
no C13. Mustafá ocupa a vice-presidência do órgão desde
1999, quando ainda comandava
o clube do Parque Antarctica.
Na proposta encabeçada por
São Paulo e Flamengo, o artigo
31 diz: "São requisitos cumulativos para exercer cargo na diretoria: não ser detentor de
mandato ou cargo diretivo em
entidade de administração ou
em sindicatos e associações".
No projeto da atual diretoria
do C13, há cláusula parecida sobre impedimento para exercer
cargos diretivos na entidade.
"Não ser detentor de mandato
ou cargo diretivo em entidade
de administração ou em sindicatos e associações de classe",
dita o artigo 26, no item d.
Como é presidente do Sindicato do Futebol, espécie de entidade patronal, Mustafá não
poderia mais, estatutariamente, estar no Clube dos 13.
Como um dos cartolas mais
fortes do C13, Mustafá acumulou inimigos ao longo de sua
gestão. Teve problemas com o
Flamengo, o São Paulo e o seu
Palmeiras, após ter deixado a
presidência do clube em 2005.
Sob a administração de Affonso della Monica, os palmeirenses vêem em Mustafá um
adversário dentro do C13. Por
esse motivo, foram apoiadores
da cláusula anti-Mustafá.
"Se eu disputasse a eleição
pela vice-presidência do C13,
eu iria ganhar e deixaria São
Paulo, Flamengo e a ala do Palmeiras que é ligada a eles frustrados. Eles estão usando de casuísmo para atingir apenas a
mim", disse Mustafá.
Ele afirmou desconhecer o
teor das propostas de alteração
estatutária. Por não poder votar, já que não representa nenhum clube, ele se ausentará da
reunião. Viajou para a Rússia,
onde participará de uma feira
de futebol como representante
do Sindicato do Futebol.
O são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa, um dos mentores
da proposta do clube do Morumbi e do Flamengo para o
novo estatuto, defende seu
ponto de vista contra o acúmulo de funções em entidades distintas. "Não só é incompatível
[exercer função no C13 e no
Sindicato do Futebol] como deve haver rotatividade no cargo,
ainda que quem o exerça seja
competente. Não foi feito nada
com a intenção de prejudicar",
afirma Gouvêa.
"Isso é uma sugestão, porque
algumas pessoas entendem que
há conflito na atuação dele no
C13 e no sindicato", declara
Fernando Carvalho, vice do
C13 e ex-presidente do Internacional. Ele é aliado do presidente da entidade, Fábio Koff.
Os dois dizem não ter nada
contra a continuidade de Mustafá, mas também não querem
se indispor com outros clubes
por causa do dirigente.
Na votação, os artigos de cada
proposta serão confrontados. O
que prevalecer poderá receber
emendas e substitutivos. Os votos dos 13 clubes fundadores terão peso 3, enquanto os dos
chamados efetivos, os sete que
entraram depois, terão peso 2.
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