São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006

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Kaká é artilheiro, Ronaldinho é zero

Seleção brasileira bate Suíça por 2 a 1 na última partida da temporada, e estrelas conhecem feitos opostos e inéditos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A camisa 10 e a tarja de capitão em um e o banco de reservas para quem não cansa de ganhar prêmios de melhor do mundo foram sintomáticos.
Em Basiléia, na vitória sobre a Suíça por 2 a 1, a seleção brasileira fechou sua temporada com seus dois maiores astros na ativa em lados extremos.
Apesar do fracasso na Copa da Alemanha, Kaká, indicado por Dunga para ser o capitão na ausência de Lúcio, fechou seu melhor ano com a camisa do Brasil. Ele é o artilheiro da era Dunga (quatro gols) e, com o tento que marcou ontem, dividiu com Ronaldo a liderança na artilharia da seleção brasileira em 2006 (sete para cada um). Nunca antes o meia-atacante do Milan havia dominado a artilharia do time nacional.
O ex-são-paulino vestia a 10 que era de uma estrela que viveu nesta temporada um pesadelo na seleção brasileira.
Ronaldinho, que ontem teve às costas o número 20, esteve em campo contra os suíços por apenas 30 minutos. Mais uma vez passou em branco, terminando assim 2006 sem um mísero gol pelo time nacional -ele não marca desde a Copa das Confederações da Alemanha, em junho do ano passado..
Isso nunca havia acontecido em uma temporada desde que ele foi convocado pela primeira vez para o time, em 1999, por Vanderlei Luxemburgo.
Tanto Kaká como Ronaldinho começaram a gestão Dunga, que completou seu sexto jogo no cargo sem derrotas, de "castigo". Só que o milanista virou querido do treinador, que elogia sua aptidão para questões táticas e sua liderança. Ronaldinho, por seu lado, já teve sua forma física criticada por Dunga. "Ficar na reserva é uma coisa que acontece, mas a vontade do jogador é estar sempre em campo", disse o atleta do Barcelona após a partida.
No amistoso de ontem, o Brasil conseguiu marcar dois gols e não foi vazado enquanto Ronaldinho estava no banco de reservas. Quando ele entrou, foi a vez de os brasileiros não marcarem e os suíços balançarem a rede uma vez.
A Suíça, que terminou a Copa do Mundo sem ter tido sua defesa vazada, mostrou uma retaguarda pouco confiável ontem.
Primeiro, viu Luisão subir na pequena área para abrir o placar. Depois, ainda no primeiro tempo, o goleiro Zuberbühler protagonizou lance patético ao acertar o zagueiro Djourou, que estava a poucos metros dele, em uma reposição de bola, que sobrou para Kaká marcar.
"Precisamos ter mais paciência", disse Dunga, à TV Globo, na saída para o intervalo. Ele se queixou do número de passes errados da sua equipe.
No segundo tempo, não demorou muito para a seleção ficar desfigurada por causa das alterações de Dunga.
Kaká ainda acertou a trave, porém o lance já havia sido anulado pela arbitragem.
E, com Ronaldinho em campo, o Brasil tomou pressão depois que, aos 25min, Hélton e Maicon devolveram a lambança suíça. O goleiro não cortou o cruzamento, e o lateral-direito, pressionado por Frei, marcou gol contra, de cabeça.
Apesar da falha no gol dos anfitriões, Hélton foi um dos grandes responsáveis pela vitória brasileira, a terceira em sete partidas na história contra os suíços. O goleiro do Porto, titular na fracassada campanha na Olimpíada de Sydney-2000, fez defesas em chutes à queima-roupa e mostrou segurança.
"Fomos bem no primeiro tempo, mas caímos no segundo", disse Dunga, que mais uma vez ousava no figurino. "Minha filha Gabriela dá uns "sugerimentos", e alguns amigos, também", disse o treinador sobre o modelo com uma espécie de gravata no bolso do paletó.


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