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Kaká é artilheiro, Ronaldinho é zero
Seleção brasileira bate Suíça por 2 a 1 na última partida da temporada, e estrelas conhecem feitos opostos e inéditos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A camisa 10 e a tarja de capitão em um e o banco de reservas para quem não cansa de ganhar prêmios de melhor do
mundo foram sintomáticos.
Em Basiléia, na vitória sobre
a Suíça por 2 a 1, a seleção brasileira fechou sua temporada
com seus dois maiores astros
na ativa em lados extremos.
Apesar do fracasso na Copa
da Alemanha, Kaká, indicado
por Dunga para ser o capitão na
ausência de Lúcio, fechou seu
melhor ano com a camisa do
Brasil. Ele é o artilheiro da era
Dunga (quatro gols) e, com o
tento que marcou ontem, dividiu com Ronaldo a liderança na
artilharia da seleção brasileira
em 2006 (sete para cada um).
Nunca antes o meia-atacante
do Milan havia dominado a artilharia do time nacional.
O ex-são-paulino vestia a 10
que era de uma estrela que viveu nesta temporada um pesadelo na seleção brasileira.
Ronaldinho, que ontem teve
às costas o número 20, esteve
em campo contra os suíços por
apenas 30 minutos. Mais uma
vez passou em branco, terminando assim 2006 sem um mísero gol pelo time nacional
-ele não marca desde a Copa
das Confederações da Alemanha, em junho do ano passado..
Isso nunca havia acontecido
em uma temporada desde que
ele foi convocado pela primeira
vez para o time, em 1999, por
Vanderlei Luxemburgo.
Tanto Kaká como Ronaldinho começaram a gestão Dunga, que completou seu sexto jogo no cargo sem derrotas, de
"castigo". Só que o milanista virou querido do treinador, que
elogia sua aptidão para questões táticas e sua liderança. Ronaldinho, por seu lado, já teve
sua forma física criticada por
Dunga. "Ficar na reserva é uma
coisa que acontece, mas a vontade do jogador é estar sempre
em campo", disse o atleta do
Barcelona após a partida.
No amistoso de ontem, o
Brasil conseguiu marcar dois
gols e não foi vazado enquanto
Ronaldinho estava no banco de
reservas. Quando ele entrou,
foi a vez de os brasileiros não
marcarem e os suíços balançarem a rede uma vez.
A Suíça, que terminou a Copa
do Mundo sem ter tido sua defesa vazada, mostrou uma retaguarda pouco confiável ontem.
Primeiro, viu Luisão subir na
pequena área para abrir o placar. Depois, ainda no primeiro
tempo, o goleiro Zuberbühler
protagonizou lance patético ao
acertar o zagueiro Djourou, que
estava a poucos metros dele,
em uma reposição de bola, que
sobrou para Kaká marcar.
"Precisamos ter mais paciência", disse Dunga, à TV Globo,
na saída para o intervalo. Ele se
queixou do número de passes
errados da sua equipe.
No segundo tempo, não demorou muito para a seleção ficar desfigurada por causa das
alterações de Dunga.
Kaká ainda acertou a trave,
porém o lance já havia sido
anulado pela arbitragem.
E, com Ronaldinho em campo, o Brasil tomou pressão depois que, aos 25min, Hélton e
Maicon devolveram a lambança suíça. O goleiro não cortou o
cruzamento, e o lateral-direito,
pressionado por Frei, marcou
gol contra, de cabeça.
Apesar da falha no gol dos anfitriões, Hélton foi um dos
grandes responsáveis pela vitória brasileira, a terceira em sete
partidas na história contra os
suíços. O goleiro do Porto, titular na fracassada campanha na
Olimpíada de Sydney-2000, fez
defesas em chutes à queima-roupa e mostrou segurança.
"Fomos bem no primeiro
tempo, mas caímos no segundo", disse Dunga, que mais uma
vez ousava no figurino. "Minha
filha Gabriela dá uns "sugerimentos", e alguns amigos, também", disse o treinador sobre o
modelo com uma espécie de
gravata no bolso do paletó.
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