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Ameaçado,
Figueirense
vê rival subir
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos últimos anos, as tradicionais provocações entre
torcedores perderam um
pouco da graça em Florianópolis. Isso porque apenas um
lado tinha do que se gabar.
Na última década a hegemonia foi do Figueirense.
Enquanto o clube vencia
seis Catarinenses, subia para
a Série A do Nacional e chegava à final da Copa do Brasil, o arqui-rival Avaí penava
na Série B e vivia jejum de títulos -o último foi em 1998.
Nos últimos seis meses, as
alegrias mudaram de lado.
Com o retorno à elite do Nacional garantido a três rodadas do fim da Série B, os
avaianos assistem à agonia
do rival, hoje na zona do rebaixamento do Nacional.
Em baixa, o Figueirense
entra hoje em campo contra
o líder São Paulo tendo que
administrar o descontentamento da torcida, que agora
vê o arquiinimigo festejar.
"Em Florianópolis, a torcida prometeu duas festas.
Uma, quando o time subisse.
A outra, quando o Figueirense caísse", comenta Moisés
Cândido, superintendente
de futebol do Avaí.
"Nós, profissionais, não
pensamos assim. Achamos
que para a cidade seria bom
os dois na elite. Mas o torcedor tem tanto prazer na queda de um como no acesso do
outro", completa o cartola.
Pelo lado do Figueirense, o
discurso é parecido. "Para
nós, em termos mercadológicos, as duas equipes juntas
na Série A é muito bom", diz
Rodrigo Prisco, diretor superintendente da Figueirense
Participações (empresa que
administra o clube).
"Mas é claro que o torcedor cobra mais ao ver o rival
subir", acrescenta.
A última vez em que o Avaí
disputou a principal competição do país foi em 1979.
Àquela época o torneio era
bem mais inchado. Dos 94
clubes na disputa, os catarinenses terminaram em 91º.
No clube, os méritos pelo
acesso são divididos entre o
treinador Silas e a administração do presidente João
Zunino. "O futuro do Avaí é
promissor. Vai crescer muito. O planejamento é grande
e está profissionalizando a
gestão", comenta Cândido.
Há cerca de um ano, o clube acertou uma parceria com
a LA Sports, empresa que hoje tem participação em cerca
de 90% dos atletas do clube.
"O intuito é revelar jogadores. Queremos ficar dez
anos no clube e fazer um trabalho a longo prazo", diz
Luiz Alberto Martins, que
administra o grupo de investidores. "Acho que já caminhamos cabeça a cabeça com
o Figueirense. Em 2009, se
eles não tiverem a infelicidade de cair, vai ser uma boa
disputa", provoca Cândido.
"Acredito que não cairemos. Mas, se acontecer, hoje
temo estrutura que nos permite voltar no próximo ano.
Já o Avaí ainda tem que consolidar uma estrutura", devolve a provocação o cartola
do Figueirense.0
(RICARDO VIEL)
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