São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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Ameaçado, Figueirense vê rival subir

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos anos, as tradicionais provocações entre torcedores perderam um pouco da graça em Florianópolis. Isso porque apenas um lado tinha do que se gabar. Na última década a hegemonia foi do Figueirense.
Enquanto o clube vencia seis Catarinenses, subia para a Série A do Nacional e chegava à final da Copa do Brasil, o arqui-rival Avaí penava na Série B e vivia jejum de títulos -o último foi em 1998.
Nos últimos seis meses, as alegrias mudaram de lado. Com o retorno à elite do Nacional garantido a três rodadas do fim da Série B, os avaianos assistem à agonia do rival, hoje na zona do rebaixamento do Nacional.
Em baixa, o Figueirense entra hoje em campo contra o líder São Paulo tendo que administrar o descontentamento da torcida, que agora vê o arquiinimigo festejar.
"Em Florianópolis, a torcida prometeu duas festas. Uma, quando o time subisse. A outra, quando o Figueirense caísse", comenta Moisés Cândido, superintendente de futebol do Avaí.
"Nós, profissionais, não pensamos assim. Achamos que para a cidade seria bom os dois na elite. Mas o torcedor tem tanto prazer na queda de um como no acesso do outro", completa o cartola.
Pelo lado do Figueirense, o discurso é parecido. "Para nós, em termos mercadológicos, as duas equipes juntas na Série A é muito bom", diz Rodrigo Prisco, diretor superintendente da Figueirense Participações (empresa que administra o clube).
"Mas é claro que o torcedor cobra mais ao ver o rival subir", acrescenta.
A última vez em que o Avaí disputou a principal competição do país foi em 1979. Àquela época o torneio era bem mais inchado. Dos 94 clubes na disputa, os catarinenses terminaram em 91º.
No clube, os méritos pelo acesso são divididos entre o treinador Silas e a administração do presidente João Zunino. "O futuro do Avaí é promissor. Vai crescer muito. O planejamento é grande e está profissionalizando a gestão", comenta Cândido.
Há cerca de um ano, o clube acertou uma parceria com a LA Sports, empresa que hoje tem participação em cerca de 90% dos atletas do clube.
"O intuito é revelar jogadores. Queremos ficar dez anos no clube e fazer um trabalho a longo prazo", diz Luiz Alberto Martins, que administra o grupo de investidores. "Acho que já caminhamos cabeça a cabeça com o Figueirense. Em 2009, se eles não tiverem a infelicidade de cair, vai ser uma boa disputa", provoca Cândido.
"Acredito que não cairemos. Mas, se acontecer, hoje temo estrutura que nos permite voltar no próximo ano. Já o Avaí ainda tem que consolidar uma estrutura", devolve a provocação o cartola do Figueirense.0 (RICARDO VIEL)


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