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OLIMPÍADA
Comitê fará experiência nos Jogos de inverno
EUA tiram marcas
de uniforme em 98
da Reportagem Local
O Comitê Olímpico dos Estados
Unidos decidiu, no último mês,
vender apenas a sua marca na próxima edição dos Jogos de inverno,
que acontecem no começo de
1998, em Nagano, no Japão.
Os uniformes dos atletas norte-americanos não estarão portando as logomarcas das poderosas
empresas de material esportivo.
No lado direito do peito de cada
esportista estará estampada a logomarca do próprio comitê (composta pela sigla USOC, iniciais do
nome da instituição em inglês).
A experiência, segundo os dirigentes norte-americanos, tem um
único objetivo: tentar comprovar
que é mais interessante para uma
companhia patrocinar o comitê,
ou seja, todos seus membros, do
que uma meia dúzia de atletas de
ponta, como acontece agora.
Durante a competição no Japão,
a USOC estará avaliando a exposição de sua marca na mídia por intermédio de consultorias para,
mais tarde, com os dados obtidos,
tentar comprovar a tese -e cobrar
um valor justo por isso.
O projeto, se bem-sucedido, será
uma verdadeira revolução na relação de patrocínio corporativo,
que, no caso do comitê norte-americano, já existe há 70 anos.
Na verdade, os dirigentes da
USOC já conseguiram "vender"
muito bem sua imagem.
Em julho passado, o órgão assinou o maior contrato de todos os
tempos do esporte, algo em torno
de US$ 1 bilhão, com a fabricante
de automóveis General Motors.
Em todas as edições dos Jogos
-de verão (no Brasil, o que se entende por Olimpíada) e de inverno- de agora até 2008, a empresa
será a única do ramo automobilístico a poder vincular sua imagem
ao tema nos EUA, incluindo os espaços comerciais inseridos durante as transmissões de TV.
Um volume de dinheiro suficiente para permitir ao comitê se
aventurar em experiências como a
que será levada em Nagano.
Os primeiros resultados da inovação podem surgir já nos próximos Jogos de inverno, marcados
para acontecer em solo norte-americano -Salt Lake City-2002.
Camuflagem
As grandes companhias de material esportivo não parecem preocupadas com a experiência do Comitê Olímpico dos EUA.
Segundo especialistas em marketing esportivo, empresas como
Nike e Reebok estão, até mesmo,
em busca de alternativas para evitar os constrangedores efeitos do
choque de patrocinadores em
competições olímpicas.
Nos Jogos de Barcelona, em
1992, alguns membros do "Dream
Team", o time de basquete dos
EUA formado por jogadores da
NBA, não pensaram duas vezes
para camuflar a logomarca da Reebok do uniforme oficial para respeitar seus contratos com a Nike.
E, para completar, as empresas
apostam que, neste momento, o
público norte-americano está saturado de Jogos Olímpicos.
Além do fato de no ano passado
o evento ter ocorrido em Atlanta
(historicamente, segundos os analistas, Jogos dentro dos EUA
atraem mais do que os realizados
fora do país), a versão de inverno
nunca atrai tanta audiência quanto a de verão.
Seja como for, a experiência do
Comitê Olímpico norte-americano deverá ser acompanhada com
interesse pelo mercado.
Alguns casos específicos, mas
bem-sucedidos, comprovam que
o esporte pode trilhar caminhos
alternativos pelo marketing.
Na NBA, por exemplo, não há
patrocínio nas camisas -os times
trabalham com suas próprias imagens. No futebol, o Barcelona faz o
mesmo. E é considerado uma das
organizações esportivas mais bem
administrada do planeta.
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