São Paulo, domingo, 16 de novembro de 1997.



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Título dividiu ano em dois

da Reportagem Local

Até ganhar o título do Aberto da França, em junho, Gustavo Kuerten tinha um tipo de problema.
Longe do topo do ranking (oscilando da 66ª à 88ª posição), se submetia a torneios qualificatórios para jogar alguns dos mais importantes torneios do circuito.
Mesmo no saibro de Roland Garros, onde hoje é rei, teve de passar pelo qualifying em 96 para ficar entre os 128 da chave principal. Ganhou três jogos, caiu na primeira rodada, porém.
Mas, depois de bater, nos sete jogos em Roland Garros neste ano, 5 tenistas entre os 25 melhores do mundo, veio outro desafio: adaptar-se a outros tipos de quadra para ficar no topo.
As razões
Antes de reinar no saibro, um dos caminhos possíveis fora dos torneios qualificatórios era optar por torneios menores, menos badalados, mais pobres.
Priorizava, dentro das possibilidades, os torneios no saibro, tipo de quadra comum no Brasil e, por conta disso, onde tinha mais familiaridade.
Classificados quatro tipos de piso (grama, saibro, cimento e carpete), Kuerten jogou no saibro 66,4% das partidas em sua carreira.
O percentual de vitórias em sua carreira, de 62,2%, sobe para 66,7%, se computadas só as no saibro.
Os desafios
No segundo semestre, já rico e famoso, Kuerten não precisava mais se submeter aos qualificatórios. Não disputou nenhum. Era bem-vindo em qualquer torneio, em qualquer piso.
Kuerten, então, deixou os torneios no saibro que pipocam pela América do Sul para experimentar a grama e o carpete na Europa.
Aí, quando novos torcedores e mídia miravam suas raquetadas em tempo integral, perdeu vários jogos.
Na grama, debutante, perdeu os dois que disputou. No carpete, ganhou três, mas caiu fora de cinco torneios, derrotado.
Por fim, ficou fora da Copa, mas diz ter alcançado o objetivo: adaptar-se aos novos pisos. (RÉGIS ANDAKU)



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