São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Basquete tenta mudar com liga

Modalidade é 1º esporte olímpico no país com torneio gerenciado por times e aval de confederação

Campeonato, que reunifica Nacional masculino e conta com a participação de 15 equipes, tem paternidade disputada por dirigentes


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi apresentado ontem, em São Paulo, o primeiro Nacional masculino organizado pelos clubes e com aval da Confederação Brasileira de Basquete.
O torneio terá a participação de 15 times e representa a reunificação da modalidade no país, após três anos de brigas e com a CBB promovendo Nacionais marcados por desorganização e pela falta de algumas das principais equipes do país.
O basquete é o primeiro esporte olímpico do país a ter liga independente com chancela oficial. "A CBB transfere a administração do campeonato para a Liga Nacional de Basquete. Essa união e harmonia se propaga por todo o basquete brasileiro", discursou Gerasime Bozikis, o Grego, presidente da confederação, no evento.
A luta dos clubes para gerenciar sua competição teve início em 2006, com a criação da NLB (Nossa Liga de Basquete) por agremiações descontentes com as verbas concedidas pela CBB.
Sem o apoio da confederação, porém, a iniciativa sofreu deserções e organizou competição esvaziada. O Nacional, por sua vez, afetado por disputas judiciais, acabou sem campeão.
A bagunça grassou no Nacional de 2007, iniciado sem tabela e com a desistência de uma equipe durante a competição.
Neste ano, os problemas não foram menores. Os oito principais times de SP romperam com a CBB e criaram a Supercopa, torneio paralelo, com o apoio da federação paulista.
Conscientes da necessidade da reunificação, os clubes iniciaram conversas em junho, criaram a liga e organizaram a diretoria, presidida por Kouros Monadjemi, amigo de Grego. Sem alternativa, a CBB cedeu.
"Parabenizei o Grego por abrir mão de parte do poder que ele tinha na CBB para dar protagonismo aos clubes. Espero que a Liga Nacional de Basquete abra um caminho novo ao esporte brasileiro", exultou Orlando Silva Jr., o ministro dos Esportes. "Apenas segui um conselho seu", devolveu o mandatário da confederação.
Preocupado com os maus resultados internacionais do Brasil, Silva Jr. contou que já havia dito a Grego, no ano passado, que era necessária a liga independente. "Assim, a confederação cuidará melhor da seleção e das categorias de base", prega.
Perto dali, Alberto García, secretário-geral da Fiba América (entidade que comanda o basquete no continente), também era felicitado. "Foi idéia sua, há um ano, lá em Belo Horizonte", dizia um cartola mineiro, sob a aquiescência do argentino.
O ex-jogador Oscar Schmidt, desafeto de Grego e mandatário da falecida NLB, assistia à cerimônia, realizada na quadra do Pinheiros, afastado do palco e próximo a uma das tabelas.
"Foi uma semente plantada por nós. Torço para que dê certo. Lembram a gente até no nome", brincou ele, referindo-se à LNB (Liga Nacional de Basquete), a nova entidade dos clubes.


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