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Basquete tenta mudar com liga
Modalidade é 1º esporte olímpico no país com torneio gerenciado por times e aval de confederação
Campeonato, que reunifica Nacional masculino e conta com a participação de 15 equipes, tem paternidade disputada por dirigentes
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi apresentado ontem, em
São Paulo, o primeiro Nacional
masculino organizado pelos
clubes e com aval da Confederação Brasileira de Basquete.
O torneio terá a participação
de 15 times e representa a reunificação da modalidade no
país, após três anos de brigas e
com a CBB promovendo Nacionais marcados por desorganização e pela falta de algumas
das principais equipes do país.
O basquete é o primeiro esporte olímpico do país a ter liga
independente com chancela
oficial. "A CBB transfere a administração do campeonato
para a Liga Nacional de Basquete. Essa união e harmonia
se propaga por todo o basquete
brasileiro", discursou Gerasime Bozikis, o Grego, presidente
da confederação, no evento.
A luta dos clubes para gerenciar sua competição teve início
em 2006, com a criação da NLB
(Nossa Liga de Basquete) por
agremiações descontentes com
as verbas concedidas pela CBB.
Sem o apoio da confederação,
porém, a iniciativa sofreu deserções e organizou competição esvaziada. O Nacional, por
sua vez, afetado por disputas
judiciais, acabou sem campeão.
A bagunça grassou no Nacional de 2007, iniciado sem tabela e com a desistência de uma
equipe durante a competição.
Neste ano, os problemas não
foram menores. Os oito principais times de SP romperam
com a CBB e criaram a Supercopa, torneio paralelo, com o
apoio da federação paulista.
Conscientes da necessidade
da reunificação, os clubes iniciaram conversas em junho,
criaram a liga e organizaram a
diretoria, presidida por Kouros
Monadjemi, amigo de Grego.
Sem alternativa, a CBB cedeu.
"Parabenizei o Grego por
abrir mão de parte do poder
que ele tinha na CBB para dar
protagonismo aos clubes. Espero que a Liga Nacional de
Basquete abra um caminho novo ao esporte brasileiro", exultou Orlando Silva Jr., o ministro dos Esportes. "Apenas segui
um conselho seu", devolveu o
mandatário da confederação.
Preocupado com os maus resultados internacionais do Brasil, Silva Jr. contou que já havia
dito a Grego, no ano passado,
que era necessária a liga independente. "Assim, a confederação cuidará melhor da seleção e
das categorias de base", prega.
Perto dali, Alberto García, secretário-geral da Fiba América
(entidade que comanda o basquete no continente), também
era felicitado. "Foi idéia sua, há
um ano, lá em Belo Horizonte",
dizia um cartola mineiro, sob a
aquiescência do argentino.
O ex-jogador Oscar Schmidt,
desafeto de Grego e mandatário da falecida NLB, assistia à
cerimônia, realizada na quadra
do Pinheiros, afastado do palco
e próximo a uma das tabelas.
"Foi uma semente plantada
por nós. Torço para que dê certo. Lembram a gente até no nome", brincou ele, referindo-se à
LNB (Liga Nacional de Basquete), a nova entidade dos clubes.
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