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AUTOMOBILISMO
Diretor esportivo da escuderia italiana afirma que saída do brasileiro da Williams já estava apalavrada
Senna correria na Ferrari em 95, diz Todt
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ayrton Senna correria na Ferrari em 95. A história foi contada pelo diretor esportivo da escuderia,
Jean Todt, anteontem à noite, em
Madonna di Campiglio, na Itália.
Em uma entrevista para a TV
italiana, ele afirmou que se reuniu
com o tricampeão da F-1 em setembro de 93, na semana do GP
da Itália. Nada foi assinado, mas,
de acordo com o dirigente, a
transferência do piloto para Maranello em 95 ficou apalavrada.
Questionado sobre os dez anos
da morte de Senna, no próximo 1º
de maio, Todt mostrou emoção.
"É uma lembrança muito triste,
a perda de um campeão...", disse
o francês, ex-comandante do time
de rali da Peugeot e que assumiu o
posto na Ferrari em julho de 93.
Então, falou sobre o acerto com
Senna: "Tivemos uma longa reunião com ele antes do GP da Itália,
quando falamos de um futuro na
Ferrari em 95. Mas, infelizmente,
isso não pôde ser concretizado".
O francês continuou: "Me impressionou o fato de um personagem como ele demonstrar interesse pela Ferrari, porque em 93
estávamos verdadeiramente mal.
Mas a Ferrari é um mito, e só depois fui entender que era compreensível alguém como Senna
querer fazer parte dessa equipe".
Embora não possa ser confirmada, a história faz algum sentido. A temporada de 93, afinal, foi
um pesadelo para o tricampeão.
Correndo em uma McLaren decadente, equipada com o fraquíssimo motor Ford e tendo o americano Michael Andretti como
companheiro por 13 GPs, Senna
teve que assistir, impotente, ao
quarto título de seu arqui-rival,
Alain Prost, então na Williams.
Diante de tanta dureza, o brasileiro começou a procurar opções
em outros times. Conversou com
Williams e Ferrari -segundo
Todt- e assinou contrato com a
primeira para correr em 94.
Para a Ferrari, também era interessante contar com um piloto como Senna. A escuderia estava no
fundo do poço naquele início de
anos 90, sem vencer um título
desde 79 e amargando posições
intermediárias nos anos anteriores com pilotos como Jean Alesi,
Ivan Capelli e Michele Alboreto.
O primeiro passo para a ressurreição ferrarista foi a contratação
de Todt. O segundo seria acertar
com um grande piloto. O sonho
de ter Senna acabou no muro da
Tamburello, em Imola. Coube então a Michael Schumacher, contratado para 96, a missão de reerguer a escuderia. E de fazer história como o maior campeão da F-1.
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