|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rali Dacar acaba com saudades da África
Organização ruim põe em xeque evento na América
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Rali Dacar, que pela primeira vez em sua história foi
disputado na América do Sul,
termina hoje em Buenos Aires
com saudades da África, seu habitat natural desde 1979.
Após 9.574 km percorridos
em estradas e trilhas off-road
de Argentina e Chile, a caravana chega à capital portenha
com uma inevitável sensação
de adeus. O principal motivo: a
organização, pífia, é um indicativo de que o evento não deve
voltar a ocorrer no continente.
Inexperiente em corridas do
gênero, a equipe sul-americana
que deu apoio ao rali em seus 14
dias sofreu todo tipo de crítica.
Em sua conta foi debitada até
a única morte de competidor
na edição 2009 -a do motociclista francês Pascal Terry, 49.
Terry, que teve um edema
pulmonar durante a segunda
etapa e acionou o alarme eletrônico de resgate, só teve o
corpo encontrado três dias depois, na Província de La Pampa.
Um policial que participou
da operação revelou que as buscas não começaram imediatamente porque havia um Terry
no acampamento do rali -era o
irmão de Pascal, que também
disputava a competição.
Não foi a única trapalhada.
Um erro na planilha de uma das
etapas provocou o abandono do
espanhol Carlos Sainz, líder entre os carros. Seu veículo voou e
bateu contra uma depressão
onde, de acordo com a organização, deveria haver uma pista.
Outros pilotos nem esperaram um acidente para deixar a
prova. Estreitas, as trilhas significaram um perigo extra para
os que se aventuraram a enfrentá-las sobre uma moto
(houve episódios de abalroamento por veículos maiores).
"Não quero morrer aqui", disse
o francês Dominique Marcant.
"Quero voltar inteiro para casa", fez coro seu compatriota
Franck Libbrecht, que também
deixou o rali espontaneamente.
O clima, diverso do africano,
abreviou a prova em 850 km.
Os pilotos não puderam passar
pelas dunas de La Serena (Chile), uma etapa foi cancelada devido à neblina e outra encurtada pelo excesso de chuvas.
A ASO (Amaury Sport Organisation), dona do rali, diz estar
satisfeita e fala em "revezamento" entre os continentes.
Mas, com a África no coração,
admite que pretende voltar para lá já na edição de 2010.
Texto Anterior: Dennis deixa chefia da McLaren Próximo Texto: 2ª opção: Time vai trabalhar com dois carros Índice
|