São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rali Dacar acaba com saudades da África

Organização ruim põe em xeque evento na América

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Rali Dacar, que pela primeira vez em sua história foi disputado na América do Sul, termina hoje em Buenos Aires com saudades da África, seu habitat natural desde 1979.
Após 9.574 km percorridos em estradas e trilhas off-road de Argentina e Chile, a caravana chega à capital portenha com uma inevitável sensação de adeus. O principal motivo: a organização, pífia, é um indicativo de que o evento não deve voltar a ocorrer no continente.
Inexperiente em corridas do gênero, a equipe sul-americana que deu apoio ao rali em seus 14 dias sofreu todo tipo de crítica.
Em sua conta foi debitada até a única morte de competidor na edição 2009 -a do motociclista francês Pascal Terry, 49.
Terry, que teve um edema pulmonar durante a segunda etapa e acionou o alarme eletrônico de resgate, só teve o corpo encontrado três dias depois, na Província de La Pampa.
Um policial que participou da operação revelou que as buscas não começaram imediatamente porque havia um Terry no acampamento do rali -era o irmão de Pascal, que também disputava a competição.
Não foi a única trapalhada. Um erro na planilha de uma das etapas provocou o abandono do espanhol Carlos Sainz, líder entre os carros. Seu veículo voou e bateu contra uma depressão onde, de acordo com a organização, deveria haver uma pista.
Outros pilotos nem esperaram um acidente para deixar a prova. Estreitas, as trilhas significaram um perigo extra para os que se aventuraram a enfrentá-las sobre uma moto (houve episódios de abalroamento por veículos maiores). "Não quero morrer aqui", disse o francês Dominique Marcant. "Quero voltar inteiro para casa", fez coro seu compatriota Franck Libbrecht, que também deixou o rali espontaneamente.
O clima, diverso do africano, abreviou a prova em 850 km. Os pilotos não puderam passar pelas dunas de La Serena (Chile), uma etapa foi cancelada devido à neblina e outra encurtada pelo excesso de chuvas.
A ASO (Amaury Sport Organisation), dona do rali, diz estar satisfeita e fala em "revezamento" entre os continentes. Mas, com a África no coração, admite que pretende voltar para lá já na edição de 2010.


Texto Anterior: Dennis deixa chefia da McLaren
Próximo Texto: 2ª opção: Time vai trabalhar com dois carros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.