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FUTEBOL
Rio e Sampa
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
O Paulista deu uma esquentada com o clássico,
mas ainda não chegou à temperatura do Estadual do Rio, que
vem incendiando as galeras e enchendo o Maracanã. Flamengo e
Vasco levaram 65 mil pessoas ao
estádio no domingo. Como explicar o sucesso?
A resposta maledicente é que o
Estadual é hoje a única chance
que uma torcida carioca tem para gritar "é campeão". Com a força nacional em baixa, melhor
apostar na velha -e boa- tradição paroquial. De certa forma, é
isso mesmo que acontece. Os clubes, dentro do possível, se reforçaram e deram um banho de loja no
"Caixão", que era, sem nenhum
favor, o pior campeonato de futebol do sistema solar.
Mais do que isso, porém, o que
parece estar acontecendo no Rio é
o início de uma reação. Há uma
tomada de consciência de que ou
se parte para um modelo mais
profissional de gestão ou o futebol
carioca desaparece do mapa.
O Botafogo deu a grande lição
ao lembrar algo que parecia esquecida pela cartolagem: o trabalho também compensa. A eleição
de Bebeto de Freitas e a rápida
volta à Série A levantaram a auto-estima do Rio.
Nada, porém, sacode tanto a cidade como a torcida do Flamengo. A eleição de Márcio Braga e a
chegada de Júnior -dupla que
tem pele e cara de Gávea- animaram os rubro-negros. Para
melhorar só faltava o time jogar.
E isso está acontecendo -ao menos para consumo regional.
Felipe, talvez inspirado em
Alex, resolveu acordar e mostrar
que conhece o riscado. Parece que
está até encomendando máscara
nova. Abel, o treinador, não é nenhum Elba de Pádua Lima, o popular Tim, mas pelo menos está
sempre suado depois do jogo. E
caiu nas graças da massa ao barrar a dupla (sem comentários) Júnior e Fábio Baiano.
Com isso, o Flamengo decide
com o Fluminense a Taça Guanabara, que é o primeiro turno do
campeonato. Vai ser mais um
Fla-Flu de arrastar multidões.
A fórmula carioca é melhor do
que a paulista. A começar pelo
número de participantes -12
contra 21. Por mais que São Paulo
seja um grande e próspero Estado, não dá para reunir 21 clubes
num campeonato competitivo. Se
o Brasileiro dos sonhos teria 18
clubes, como é possível o Paulista
ter 21? Para não falar no ridículo
desse número ímpar.
Embora Santos e São Paulo
-especialmente o primeiro- estejam em patamar acima dos
grandes do Rio, o fato é que o panorama geral, na hora de montar
um torneio estadual, não é assim
tão diferente.
Claro que São Paulo é maior e
tem mais clubes. Mas são quatro
realmente importantes cá (Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras) e quatro lá (Flamengo,
Vasco, Fluminense e Botafogo). O
Rio pode não ter um São Caetano
ou um Guarani e uma Ponte, mas
isso não justifica os 21.
Sendo generoso, diria que um
Estadual do Rio com oito times (e
não 12) estaria mais do que bom.
E um Paulista com 10 (e não 21),
estaria melhor ainda.
Muy amigol
"Não se pode ganhar no Santiago Bernabéu", chorou o técnico
do Valência, após empatar com
o Real Madrid. O resultado, de
fato, foi fruto de um pênalti inexistente assinalado. E logo contra o Valência, o segundo colocado. Para muitos pareceu armação. Para Roberto Carlos,
não: "Foi claríssimo", decretou.
Uniforme
E a camisa nova da seleção? Sei,
não. A Nike e a CBF poderiam
dar três opções e deixar a galera
votar. Seria mais democrático e
um bom marketing. Mas bacana mesmo deve ser essa branca
com escudo da velha CBD, a ser
usada no centenário da Fifa.
Beleza
O adversário era mole, mas foi
uma beleza o gol de Robinho
contra o União São João.
E-mail mag@folhasp.com.br
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