São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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Kaká abre nova caçada ao título de melhor do mundo

Contra o Arsenal, quarta-feira, Milan começa a fase de mata-mata da Copa dos Campeões, vitrine para o brasileiro

Atleta diz que Brasil tem "pessoas competentes" e que "o povo irá ficar feliz" e todo mundo irá ajudar na realização da Copa-14


DA REPORTAGEM LOCAL

Na quarta, o Milan de Kaká encara o Arsenal nas oitavas da Copa dos Campeões. O melhor do mundo inicia para valer a corrida pelo bi no prêmio da Fifa. No meio do ano, ele espera um ouro.0 (RODRIGO BUENO)

 

FOLHA - Ganhar a Copa dos Campeões parece mais difícil agora?
KAKÁ -
Neste ano mudou, melhorou. O time está mais consistente, mais contínuo, mais equilibrado. O Milan é sempre um dos grandes favoritos na Champions League pela história que tem, por aquilo que faz na competição. É um time que vai ser sempre favorito.

FOLHA - E o Arsenal?
KAKÁ -
É um dos times que estão jogando mais certinho, correto na Europa. Junto com o Real Madrid, é o que está jogando mais redondinho. A dificuldade vai ser encontrar um time que vive um bom momento. Só que no ano passado encontramos o Manchester United, que viva um grande momento, e fizemos uma partida maravilhosa. São coisas que podem acontecer na Champions League. Vai depender de como nosso time vai se posicionar, de como vamos encarar esse confronto.

FOLHA - O Arsenal tem jogado mais bonito que o Milan. Concorda?
KAKÁ -
Acho que o Arsenal joga mais bonito que o Milan hoje. Mas o Milan mudou também a característica do futebol italiano, a de um atacante na frente, grandão. Todo mundo quebra a bola no atacante, que domina e espera o time sair. Acho que mudou muito do tempo que estou aqui. Vejo o Milan jogar mais. Claro que a gente atravessa bons e maus momentos. O Arsenal atravessa um momento em que está jogando certinho, o time roda direitinho, troca de posição. No momento, joga um futebol muito bonito.

FOLHA - Fale da chegada do Pato. E da outra promessa, Paloschi...
KAKÁ -
A chegada do Pato foi excelente para nós. O que a gente cobra no Milan é investir em jogadores jovens, que possam aprender com esses experientes vitoriosos que estão aqui, como Maldini, Seedorf, Cafu, Serginho, Emerson, Ronaldo... O Pato é muito talentoso, tem um futuro maravilhoso e vai aprender com esses jogadores a mentalidade, o tipo de comportamento, a motivação. Aprender isso faz muita diferença. Serve para o Paloschi.

FOLHA - Você rende mais hoje com só um atacante no Milan?
KAKÁ -
Para mim foi uma mudança. Não era acostumado a jogar como segundo atacante, me adaptei para jogar dessa forma. Não penso como meia em criar, penso como atacante em definir. Não construo mais o jogo, não pego a penúltima bola, pego a última. São coisas que mudam e você tem que ir se adaptando. Como meia-atacante, tenho sempre dois na frente, tenho mais opções. Como atacante, recebo essa última bola, e o pensamento é definir, criar a jogada para definir o jogo. Fiquei mais perto do gol, aproveitei as oportunidades de fazer gol, acabei artilheiro da Champions League. São duas posições em que gosto de jogar. Antes, não gostava de ser segundo atacante. Hoje, gosto.

FOLHA - Pedirá liberação ao Milan para jogar a Olimpíada de Pequim?
KAKÁ -
Gostaria que CBF e Milan entrassem em acordo. Não é legal ficar brigando, reivindicando esse tipo de coisa. Depois tenho que voltar para o clube e ficar um ano. São coisas que acabam desgastando. Já teve problema contra o Haiti. A grande motivação é que o Brasil nunca venceu a Olimpíada. É uma grande motivação também por eu não tê-la disputado. Quando era para a gente ir, acabou não tendo a classificação.

FOLHA - E ganhar uma Copa? Em 2014, no Brasil, seria uma boa, não?
KAKÁ -
Gostaria de ganhar de novo uma Copa, sendo mais participativo, mais ativo que em 2002, mas me considero completamente campeão mundial de 2002. A Copa no Brasil com certeza será uma grande responsabilidade, uma pressão para quem estiver ali. Mas há a grande motivação de entrar para a história. Vou estar com 32 anos, é difícil dizer como vou chegar a 2014. Jogar no Brasil seria um privilégio.

FOLHA - Acha que o Brasil dará conta da Copa? Não teme problemas de organização, desvio de dinheiro?
KAKÁ -
Acho que, para o país, vai ser excelente. No Brasil tem pessoas muito competentes, que organizarão uma excelente Copa. Acho que todo mundo vai ajudar. O povo vai ficar feliz. As obras que têm que ser feitas são obras que têm que ficar para o povo brasileiro. Todo tipo de melhoria não deve ser só pensando na Copa. É para pensar no desenvolvimento, no crescimento do país de forma geral.


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