DA REPORTAGEM LOCAL

Carlitos Tevez rompeu silêncio de duas semanas e defendeu ontem o atacante Gil, que anteontem fez críticas sutis a ele.
O jogador argentino, o mais badalado do elenco, também negou ter privilégios no elenco e afirmou não ser amigo do iraniano Kia Joorabchian, homem forte da parceria MSI/Corinthians.
"Estão criando problema comigo e com o Gil, e isso não tem nada a ver", disse. "Ele me recebeu muito bem no grupo e foi quem mais jogou comigo."
A entrevista coletiva de Tevez, 21, a contratação mais cara da história do futebol brasileiro (cerca de R$ 60 milhões), foi concedida ontem pela manhã no Parque Ecológico do Tietê e quebrou um protocolo criado pelo próprio atleta, que só falava nos vestiários, após os jogos do time.
Um dia antes, no Parque São Jorge, Gil, 24, que foi para a reserva depois de cinco temporadas, fez declarações sobre o colega e deixou evidente que não tem um bom relacionamento com ele.
De maneira velada, criticou privilégios concedidos a Tevez, como viajar sem o uniforme da delegação corintiana e dar entrevistas somente depois das partidas. Mas negou que vinha boicotando Tevez ao não lhe passar a bola.
"Ninguém falou nada quando ganhamos de 6 a 1 [do União São João]", declarou. "Não acredito em boicote, e isso partiu de uma terceira pessoa. Eu não falei nada. Todos sabem o que o Gil é para o Corinthians, e eu não sei quem está falando coisas que não passam pelo grupo."
Tevez, que é um dos xodós de Kia, declarou não ser amigo do executivo iraniano e não ter privilégios no Corinthians.
"Eu não tenho amizade com ele. Meu contato mais próximo com o Kia ocorreu quando estávamos discutindo o contrato", afirmou o atleta, que já saiu para jantar com o chefe e tem levado seu procurador nas viagens do clube.
"Eu não tenho privilégios. Eu não sabia que existia isso no regulamento. Paguei a multa e agora vou cumprir a regra", acrescentou ele, que foi punido por ter viajado de bermuda na semana passada, quando o time atuou em Maringá. Outro argentino do grupo, o zagueiro Sebá, também foi multado pelo mesmo motivo.
Tevez também não quis entrar em polêmica com o palmeirense Magrão, que saiu em defesa de Gil e criticou a badalação sobre o argentino. "Não sei bem o que ele falou do Gil e de mim, e ele tem direito de falar o que quiser. Mas é dentro de campo que a gente vê as coisas. Eu prefiro jogar a falar. Não sou pago para dar entrevistas", declarou o atacante, que atribuiu à timidez o fato de não gostar de dar muitas declarações.
Numa de suas poucas aparições, ele teve de explicar uma polêmica declaração. "Para mim, os melhores camisas 10 são Maradona e Riquelme, ninguém mais", afirmou, ao ser entrevistado para uma campanha da Nike, fornecedora de material esportivo do clube. Ontem, mudou o tom.
"Foi uma coisa de momento. Os maiores camisas 10 foram Maradona e Pelé", declarou.


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