Brasileira planeja melhorar salto em 18 cm e se aproximar de recordista

Para atingir meta, atleta pretende mudar estratégia nos treinos, aumentando de 16 para 18 o número de passadas antes do salto

Dario Lopez Mills/Associated Press

Fabiana Murer

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O pedido de aniversário de Fabiana Murer, há um ano, chegou atrasado. Seu desejo era conquistar uma medalha no salto com vara no Mundial de Berlim, em agosto de 2009.
A comenda, na cor mais nobre, só veio no final de semana, no Mundial indoor de Doha (Qatar). Ontem, ao completar 29 anos, fez um novo pedido.
"Não é para [a Olimpíada de] Londres [em 2012]. É mais próximo", revelou a aniversariante, depois de cortar o bolo.
O desejo ficou guardado, mas sua meta para 2011 foi revelada: tornar-se a segunda mulher da história a romper a barreira dos 5 m no salto com vara. A única que atingiu esse feito foi a russa Ielena Isinbaieva, que detém o recorde mundial de 5,06 m.
Atualmente, a brasileira tem 4,82 m como recorde pessoal.
A meta de aumentar o salto em 18 cm é ambiciosa. Desde 1998, sua marca cresce, em média, 10,6 cm ao ano. Sua maior evolução ocorreu entre 2005 e 2006, quando houve um aumento de 26 cm em seu salto (de 4,40 m para 4,66 cm).
Para chegar aos 5 m, Murer e seu treinador, Elson Miranda, testarão, nos treinos, uma nova forma de aproximação até o ponto onde é realizado o salto.
A ideia é aumentar o número de passadas de 16 para 18. Atualmente, pouquíssimas atletas do salto com vara -entre elas a vice-campeã olímpica Jennifer Stuczynski, dos EUA- usam as 18 passadas.
Isinbaieva, dona de 27 recordes mundiais, faz uma aproximação com 16 passadas.
"Se ela [Murer] conseguir se adaptar às 18 passadas, os 5 m ficam muito próximos de serem atingidos", disse Miranda.
Com mais passadas, a atleta tem a possibilidade de atingir uma maior velocidade de aproximação. Assim, poderá utilizar uma vara maior, segurando-a mais próxima da ponta. Com isso, o salto tende a ser mais alto.
Segundo Murer, este ano é o ideal para fazer o teste. Caso não se adapte à nova estratégia, poderá voltar a utilizar as 16 passadas no ano que vem.
"Este é um ano bom para arriscar porque a principal competição, o Mundial indoor, já passou", explicou a atleta, que ontem recebeu R$ 120 mil em prêmios de seus patrocinadores pela sua conquista no Qatar.
A ideia de seu treinador é que Murer já teste as 18 passadas no Meeting do Rio, no fim de maio.
A partir de junho, passará a utilizar as 18 passadas em competições pela Europa. Sua turnê europeia tem início no dia 4, com o Ibero-Americano de San Fernando (ESP), e se estende até agosto, na etapa de Zurique (SUI) da Liga de Diamante.


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