São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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VÔLEI

Surpresas e drama

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Virou um drama a final da Superliga. O Rio de Janeiro tem a melhor campanha e luta para não repetir a história da última temporada, quando, na hora da decisão, perdeu o título. O Osasco quer mostrar que pode ser novamente campeão, mesmo com dificuldades de colocar a bola no chão nos contra-ataques.
Depois do primeiro jogo, com vitória por 3 sets a 2 do Rio, o enredo parecia definido: o time do técnico Bernardinho era o grande favorito para vencer as duas partidas seguintes em casa e comemorar o título. Mas o Osasco quebrou essa lógica e venceu o segundo confronto por 3 sets a 2.
Esse resultado pode ter sido decisivo já que deu confiança ao Osasco e fez renascer o velho fantasma no Rio: será que a história da última Superliga vai se repetir? O certo é que mesmo que perca o terceiro confronto, na quarta-feira, em Niterói, o Osasco vai disputar a quarta partida em casa.
Nos dois jogos, a comissão técnica do Osasco reservou surpresinhas para o adversário.
No primeiro, a entrada da levantadora Fabiana Berto e da ponteira Soninha bagunçaram a marcação do Rio. No segundo, foi a vez da juvenil Mariana, que pouco ficava entre as 12 do time, fazer a diferença.
Fica a pergunta: será que o técnico Paulo Cocco tem mais alguma carta na manga? O certo é que o Osasco tem um bloqueio poderoso, principalmente com Carol Gattaz, uma bela defesa e um grande problema: Mari, Monique e Bia estão com dificuldades para colocar a bola no chão.
Aliás, Mari protagonizou um lance que remete até a uma questão. Por que os levantadores do Brasil têm a mania de, quando o atacante erra uma bola, na jogada seguinte insistir em levantar para o mesmo atleta?
Chega a ser irritante esse hábito, que se tornou popular com o levantador Maurício.
No terceiro set, Carol levantou para Mari. Ela errou. No lance seguinte, outra para Mari. Novo erro. Na seqüência, a levantadora colocou mais uma bola para Mari. Foi o terceiro erro. Depois disso, Mari foi substituída e vaiada pela torcida. Quando voltou, demorou a se acertar no ataque.
Soninha já ganhou o lugar de Monique. No último jogo, Mariana acertou a recepção ficando na posição de Mari. E Mari foi deslocada para a saída de rede, no lugar de Bia. Já o Rio tem um time mais equilibrado, que, mesmo perdendo, errou menos do que o Osasco na última partida: 33 erros contra 29.
Na hora da decisão, no quinto set, o Rio abriu vantagem de 11 a 7, mas a história mudou a partir daí. O time parou no bloqueio do Osasco e perdeu de virada: 20 a 18. Para piorar, o técnico Bernardinho, ao se desesperar com o erro de uma atleta, caiu na quadra e rompeu o tendão-de-aquiles.
Bernardinho foi operado anteontem e vai dirigir o time de muletas na quarta-feira. Mais drama para essa decisão.
No masculino, as partidas da final estão mais calmas e sem favoritos. O Minas venceu fácil o primeiro jogo. No segundo, o Florianópolis, com Sidão perfeito no bloqueio, ganhou por 3 a 0.

Italiano 1
A russa Lioubov Kilic está provocando estragos nos times das brasileiras no Campeonato Italiano. Primeiro, o Jelic, equipe de Kilic, eliminou o Perugia, de Fofão e Walewska, nas quartas-de-final. Anteontem, venceu o Pesaro, da oposta Sheilla, por 3 sets a 2 no primeiro jogo da série melhor de cinco das semifinais. Kilic fez 38 pontos. Na outra semifinal, o Bergamo derrotou o Novara por 3 sets a 0.

Italiano 2
O Macerata, de Rodrigão, assegurou vaga na semifinal ao vencer o Perugia por 3 a 0. Já o Cuneo, de Giba e Anderson, bateu o Piacenza, do líbero Escadinha, por 3 a 1 e empatou a série. O mesmo ocorreu com o Trentino, de André Nascimento e André Heller, que superou o Modena, de Ricardinho, por 3 a 2. A rodada decisiva será na quarta.

E-mail cidasan@uol.com.br


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