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COPA 2006
Alemães se preocupam com terrorismo, atos políticos e proteção do time do Irã, país que vive em meio à crise
Irã agora apavora segurança do Mundial
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A escalada de tensão entre o Irã
e as potências ocidentais aumenta
a aflição dos responsáveis pela segurança da Copa do Mundo.
A segurança da seleção do Irã e a
possibilidade de protestos violentos de grupos de oposição iraniana são dois dos pontos que mais
preocupam os anfitriões.
No caso do time, um ponto em
especial pode se transformar numa grande dor de cabeça para os
organizadores: a possível ida à
Alemanha do presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, para
assistir à estréia de sua seleção.
O time, que integra o Grupo D,
estréia contra o México, em Nuremberg, no dia 11 de junho.
Ahmadinejad causou problemas diplomáticos ao classificar de
"mito" o extermínio de 6 milhões
de judeus pelo nazismo e fazer
apologia para que Israel fosse
"varrido do mapa".
Diversos líderes judeus pediram
que o Irã fosse impedido de jogar
a Copa, mas a Alemanha se recusou a atendê-los. A negação do
Holocausto é considerada crime
no país, com punição de até cinco
anos de prisão.
Foi o mesmo Ahmadinejad que
colocou mais lenha na crise com
as potências ocidentais ao anunciar, na semana passada, que o Irã
entrava no seleto "clube dos países nucleares". Os EUA preparam
um plano de intervenção para
mudar o regime do país.
O medo da oposição iraniana
fez com que a Alemanha enviasse
a Teerã, na semana passada, seu
sub-ministro do Interior, August
Hanning, para discutir um plano
de cooperação.
O maior temor diz respeito à organização terrorista Mujahedin
Khalq (Guerreiros do Povo),
principal grupo de oposição ao
regime iraniano e que conta atualmente com numerosa representação na Alemanha.
Mas o perigo pode morar também longe da oposição.
Ontem, o jornal britânico "Sunday Times" publicou que o Irã
vem preparando batalhões de terroristas suicidas para atingir alvos
americanos e ingleses se suas instalações nucleares forem atacadas
pelas potências ocidentais.
"A Alemanha é um dos países
que mais pressionam o Irã para
desmantelar o programa nuclear,
então, também seria um alvo em
potencial", afirmou à Folha Ely
Karmon, pesquisador do Instituto de Contraterrorismo de Israel.
O presidente da federação iraniana de futebol, Mohammad Ali
Dadkan, que vai à estréia, tentou
minimizar a paranóia. "Não haverá perigo de ataques terroristas",
disse Dadkan. "Todos iranianos
que virão serão pacíficos torcedores de futebol."
O Irã volta a jogar a Copa após
ter ficado fora do Mundial asiático. Em 1998, na sua última participação, a seleção iraniana protagonizou uma das imagens mais
marcantes do torneio, ao posar
com os jogadores dos EUA durante a partida entre as duas equipes. O jogo registrou protestos
contra o regime iraniano.
"Devido à pressão internacional
para que o Irã interrompa seu
projeto nuclear, eu acho que a
principal ameaça durante a Copa
será este país", avalia Karmon.
Com agências internacionais
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