São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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FUTEBOL

Só um favorito venceu

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Foram dois primeiros tempos tricolores.
No Morumbi e no Olímpico.
Em São Paulo, mesmo com o freio de mão puxado pelo cansaço da aventura em Cuzco, o tricolor paulista foi tão superior ao Flamengo que nem precisou fazer muita força para sair na frente, graças ao coelhinho da Páscoa Fernando, que quis sair jogando na frente de Mineiro.
Teve o ovo (quer dizer, a bola) roubado pelo são-paulino, que sofreu pênalti convertido por Rogério Ceni, de amarelo como convém a quem apóia a cor da situação nas eleições de hoje no clube, direito legítimo do profissional.
Em Porto Alegre, só deu Grêmio. Verdade que houve um pênalti não marcado em Nilmar, mas o tricolor gaúcho exibiu seu costumeiro show de marcação e ainda criou outras duas chances de gol, antes de marcar no fim do primeiro tempo, com Alessandro.
Numa delas, Ricardinho desperdiçou depois da furada de Marcos Vinícius. Na outra, Johnny Herrera fez milagre.
Se o rubro-negro Diego Silva era bisonho em dois lances perdidos na área do São Paulo, Ricardinho e Roger não ficavam atrás no meio-de-campo corintiano.
Os segundos tempos não foram lá muito diferentes.
Enquanto o São Paulo fazia gato e sapato do Flamengo, mas não ampliava, o Grêmio não fazia gato e sapato do Corinthians, mas ampliou ainda antes dos 20 minutos, com mais um gol de jogador de defesa, o zagueiro Evaldo.
Justiça feita nos dois jogos, embora a falta de pontaria do São Paulo tenha até permitido um certo, suave, sufoco rubro-negro.
Terminada a primeira rodada, dois favoritos (o Corinthians e o Cruzeiro) perderam fora de casa, um (o Inter) empatou e, dentro de seu campo, o maior favorito de todos, o São Paulo, venceu.
O que talvez, logo de cara, dê a medida do equilíbrio que deve caracterizar este Brasileirão.
E no único jogo que reuniu dois favoritos, único também entre dois campeões estaduais, no Serra Dourada, Goiás e Santos fizeram jogo amarrado, chato e de muitos, mas muitos passes errados.
O 0 a 0 ficou melhor para o campeão paulista, que sentiu a falta de Maldonado.
 
Amanhã o conselho do Guarani se reúne extraordinariamente e pode (e deve) destituir a direção do clube.
 
O Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil de Campinas está há anos sentado sobre o julgamento final de Artur Eugenio Mathias, corneteiro influente na vida do moribundo Guarani, condenado à prisão por formação de quadrilha e indiciado nas CPIs do Roubo de Carga e do Narcotráfico. Como advogado, ele foi suspenso pela OAB-SP, recorreu e continua em atividade, graças ao silêncio de seus pares.
 
Pior que ser Afanasio (que nome!) só mesmo ser um mentiroso nato para lhe dar importância.

Leituras
Três belas leituras chegam às livrarias ou às bancas de jornais. Nas livrarias, dois lançamentos da Panda Books: "Os 50 Maiores Jogos das Copas do Mundo", de Paulo Vinícius Coelho (140 páginas, R$ 24,90), com textos curtos e saborosos sobre as melhores partidas dos Mundiais; e "Os Arquivos dos Campeonatos Brasileiros" (399 páginas, R$ 45,90), uma minuciosa pesquisa do engenheiro José Renato Sátiro Santiago Jr., com direito a números e curiosidades, também, dos torneios que precederam o Campeonato Brasileiro. Nas bancas, a deliciosa edição especial da revista "Língua Portuguesa" (R$ 7,90), da editora Segmento, com 66 páginas sobre Futebol & Linguagem, uma viagem bem editada sobre as relações da bola e da língua no Brasil.

@ - blogdojuca@uol.com.br


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