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FUTEBOL
Só um favorito venceu
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Foram dois primeiros tempos tricolores.
No Morumbi e no Olímpico.
Em São Paulo, mesmo com o
freio de mão puxado pelo cansaço
da aventura em Cuzco, o tricolor
paulista foi tão superior ao Flamengo que nem precisou fazer
muita força para sair na frente,
graças ao coelhinho da Páscoa
Fernando, que quis sair jogando
na frente de Mineiro.
Teve o ovo (quer dizer, a bola)
roubado pelo são-paulino, que sofreu pênalti convertido por Rogério Ceni, de amarelo como convém a quem apóia a cor da situação nas eleições de hoje no clube,
direito legítimo do profissional.
Em Porto Alegre, só deu Grêmio. Verdade que houve um pênalti não marcado em Nilmar,
mas o tricolor gaúcho exibiu seu
costumeiro show de marcação e
ainda criou outras duas chances
de gol, antes de marcar no fim do
primeiro tempo, com Alessandro.
Numa delas, Ricardinho desperdiçou depois da furada de
Marcos Vinícius. Na outra,
Johnny Herrera fez milagre.
Se o rubro-negro Diego Silva era
bisonho em dois lances perdidos
na área do São Paulo, Ricardinho
e Roger não ficavam atrás no
meio-de-campo corintiano.
Os segundos tempos não foram
lá muito diferentes.
Enquanto o São Paulo fazia gato e sapato do Flamengo, mas não
ampliava, o Grêmio não fazia gato e sapato do Corinthians, mas
ampliou ainda antes dos 20 minutos, com mais um gol de jogador de defesa, o zagueiro Evaldo.
Justiça feita nos dois jogos, embora a falta de pontaria do São
Paulo tenha até permitido um
certo, suave, sufoco rubro-negro.
Terminada a primeira rodada,
dois favoritos (o Corinthians e o
Cruzeiro) perderam fora de casa,
um (o Inter) empatou e, dentro de
seu campo, o maior favorito de
todos, o São Paulo, venceu.
O que talvez, logo de cara, dê a
medida do equilíbrio que deve caracterizar este Brasileirão.
E no único jogo que reuniu dois
favoritos, único também entre
dois campeões estaduais, no Serra
Dourada, Goiás e Santos fizeram
jogo amarrado, chato e de muitos, mas muitos passes errados.
O 0 a 0 ficou melhor para o
campeão paulista, que sentiu a
falta de Maldonado.
Amanhã o conselho do Guarani
se reúne extraordinariamente e
pode (e deve) destituir a direção
do clube.
O Tribunal de Ética da Ordem
dos Advogados do Brasil de Campinas está há anos sentado sobre
o julgamento final de Artur Eugenio Mathias, corneteiro influente
na vida do moribundo Guarani,
condenado à prisão por formação
de quadrilha e indiciado nas CPIs
do Roubo de Carga e do Narcotráfico. Como advogado, ele foi
suspenso pela OAB-SP, recorreu e
continua em atividade, graças ao
silêncio de seus pares.
Pior que ser Afanasio (que nome!) só mesmo ser um mentiroso
nato para lhe dar importância.
Leituras
Três belas leituras chegam às livrarias ou às bancas de jornais.
Nas livrarias, dois lançamentos
da Panda Books: "Os 50 Maiores Jogos das Copas do Mundo", de Paulo Vinícius Coelho
(140 páginas, R$ 24,90), com
textos curtos e saborosos sobre
as melhores partidas dos Mundiais; e "Os Arquivos dos Campeonatos Brasileiros" (399 páginas, R$ 45,90), uma minuciosa pesquisa do engenheiro José
Renato Sátiro Santiago Jr., com
direito a números e curiosidades, também, dos torneios que
precederam o Campeonato
Brasileiro. Nas bancas, a deliciosa edição especial da revista
"Língua Portuguesa" (R$ 7,90),
da editora Segmento, com 66
páginas sobre Futebol & Linguagem, uma viagem bem editada sobre as relações da bola e
da língua no Brasil.
@ - blogdojuca@uol.com.br
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