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Bate-boca de "escritório" acirra o último clássico
Gerente do Palmeiras e superintendente do São Paulo trocam farpas e esquentam jogo
Suposição de que será demitido faz palmeirense classificar declarações de desprezíveis e afirmar que não se sente ameaçado
DA REPORTAGEM LOCAL
Já se foram os dias em que os
jogadores eram os que punham
lenha na fogueira dos clássicos.
Cada vez mais orientados a
não ironizar adversários, para
evitar doping motivacional ou
coisa que o valha, os atletas
abriram espaço para que Toninho Cecílio, gerente do Palmeiras, e Marco Aurélio Cunha, superintendente do São Paulo,
assumissem as cornetas do
"Juízo Semifinal" do mata-mata do Paulista-2008.
Em resposta às acusações de
que coloca pressão sobre os árbitros, feitas por Toninho, Marco Aurélio respondeu temendo
pela continuidade do adversário no cargo palmeirense.
"Será que essa exposição é
boa? Será que esse comando
que lhe deram é proveitoso?
Cuidado, você será substituído
muito rápido", disse o são-paulino ontem, à rádio Jovem Pan.
Marco Aurélio acrescentou
que Toninho, com quem tem
relação amistosa -"Já viajamos juntos"-, equivocou-se ao
lhe imputar pressão sobre a escalação de Paulo César de Oliveira antes do jogo de ida das
semifinais, vencido pelo São
Paulo por 2 a 1 no Morumbi.
"Desafio qualquer um a pegar declarações minhas sobre o
Paulo César. Não apareci nas
entrevistas, não viajei ao Chile
para o jogo da Libertadores
nem me pronunciei, até porque
estava próximo da eleição do
São Paulo em que me elegi conselheiro do clube", afirmou.
Magoado, Toninho achou
desprezíveis tais declarações.
"Sei que ele tem filhos e não
vou responder na mesma moeda, pois essa foi uma coisa muito pequena da parte dele. O que
o Marco Aurélio disse não é
uma atitude digna de um diretor de um clube como o São
Paulo. Fiquei decepcionado
com esses ataques pessoais e
não pretendo respondê-los."
É verdade, no entanto, que a
influência de Toninho Cecílio
diminuiu no Palmeiras desde a
chegada de Luxemburgo, que
pretendia trazer Luiz Henrique
de Menezes -com quem trabalhou no Santos por dois anos.
Com a ida do treinador ao
Palmeiras, e a chegada de
Emerson Leão à Vila, Menezes
perdeu espaço no clube.
O vice Gilberto Cipullo bancou Toninho no clube. Hoje em
dia, porém, ele tem atribuições
também no futebol amador, o
que não acontecia na época de
Caio Jr, nos últimos dois anos.
"Eu me sinto seguro em relação ao emprego. Estava empregado antes de vir ao Palmeiras
[no Guaratinguetá]. Mas sei
que um dia vou sair."
(MÁRVIO DOS ANJOS E TONI ASSIS)
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