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TÊNIS
Talentoso e competitivo touro intenso
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
S ão 53 vitórias seguidas no
saibro, feito que só Guillermo
Vilas alcançou. E 16 títulos na
adolescência, recorde junto a outra lenda: Bjorn Borg.
Para um tenista que há pouco
mais de um ano não tinha reconhecimento, a evolução de Rafael
Nadal é meteórica. E seus resultados são consistentes a ponto de
não poderem ser considerados
mais só uma boa fase.
"Nadal é o melhor jogador de
saibro de todos os tempos", diz
justamente um dos melhores jogadores de saibro de todos os tempos: Gustavo Kuerten.
"Enquanto tenistas têm altos e
baixos em momentos difíceis, é
raro ver Nadal baixar a intensidade. Pensei que não ia ver alguém tão intenso quanto Thomas
Muster, mas taí um cara que com
certeza é", explica Fernando Meligeni, outro talento do saibro.
Treinador e garimpador de tenistas, Marcelo Meyer resume assim o sucesso de Nadal na terra
batida: "O estilo de jogo dele é
apropriado para o saibro. Joga
com o coração, joga bem no ataque e na defesa, é canhoto e sabe
aproveitar isso e, por fim, simplesmente nasceu para competir".
Guga também destaca a fúria
esportiva: "Ele tem um talento
nato para o esporte. Teria destaque em qualquer esporte".
Será por isso, então, que nem
Roger Federer bate em Nadal?
"Federer x Nadal é jogo aberto.
A maneira de [Nadal] jogar, alto
e com muito spin, com certeza é
um fator, mas acho que em dez
jogos não haverá diferença marcante", diz Meligeni, que destaca
o fato de Nadal não desistir e encarar todos os jogos com a mesma
intensidade e responsabilidade.
Daí a comparação de Nadal a
Vilas e Borg?
"Borg é o melhor. É mais completo e ganhava em todos os pisos.
O Vilas é o segundo, é mais técnico e também ganhava em todos
os pisos. Mas no saibro Nadal é o
melhor. Porque o tênis hoje é
mais competitivo, tem mais torneios, exige mais, e o recorde dele
é indiscutível", opina Fernando
Sampaio, jornalista da Jovem
Pan e especialista em tênis.
"O Nadal pratica o tênis-força,
como Borg e Vilas. Mas pratica
um tênis-força moderno, com
mais potência, contundência e
capacidade de recuperação. Um
jogo entre ele e Borg seria um
duelo do século. Se fosse na época
de Borg, o sueco venceria, mas hoje daria Nadal. O equipamento é
a diferença. O Borg, com aquela
Donnay de cabeça pequena, não
seria páreo para o espanhol hoje",
diz Odir Cunha, outro jornalista-especialista, da revista "Tênis".
É sentar e esperar Nadal levar o
bi em Roland Garros?
"Roland Garros é diferente",
conta o tricampeão Guga. "Para
ser um dos maiores nomes da história lá e superar tudo precisa ganhar umas cinco vezes."
"É difícil no tênis saber por
quanto tempo se pode jogar na
excelência", lembra Meligeni. "A
carreira pode ser curta, pois seu
tênis depende muito do físico",
diz Sampaio, da Jovem Pan.
Mas Nadal, diferentemente de
seu amigo Carlos Moyá, ex-número 1 do mundo, até agora não
se rendeu às distrações (mulheres). Já foi longe, pode ir mais. A
ver qual é o limite para esse touro.
Em Paris
Saiu primeiro no Blog do Tenisbrasil, por José Nilton Dalcim: Larri
Passos volta como treinador a Roland Garros. Desta vez, seu pupilo
será o gaúcho Marcos Daniel.
Em Hamburgo
Elogiável a atuação de Flavio Saretta na vitória sobre Marat Safin no
Masters Series desta semana. Sem Kuerten, serão Saretta e Daniel as
esperanças nacionais em Roland Garros.
No Recife
A capital pernambucana recebe a segunda edição do Chesf Open Internacional de Tênis, torneio da série future. Os jogos acontecem nas
quadras do Squash Tennis Center.
E-mail: reandaku@uol.com.br
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