São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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câmera lenta

Para TCU, Pan pode perder instalações

Relatório aponta que o atraso nas obras no mínimo prejudica testes nos locais da competição e ainda vê outras ameaças

Entraves burocráticos, demora na importação de materiais e problemas no Complexo de Deodoro estão entre os casos mais graves


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O Tribunal de Contas da União divulgou seu relatório mais alarmante sobre o Pan. Diz que o atraso nas obras pode até inviabilizar a disputa em algumas instalações. Anunciado ontem, o parecer do ministro Marcos Vinicios Vilaça foi concluído no dia 25. De acordo com ele, os atrasos geram também o risco de algumas federações não aprovarem os locais para as disputas.
O tribunal dá cinco dias para que os responsáveis apresentem medidas reparadoras. Vilaça afirma que a grande maioria das obras tem o prazo de entrega para meados de junho. Algumas com o final previsto para julho, às vésperas do início, marcado para o dia 13. "O fato é que praticamente inexiste folga para a conclusão das obras, o que, se não inviabiliza, ao menos prejudica a realização de testes. A conseqüência mais grave é o prejuízo ou até mesmo a inviabilidade de competições nas instalações", informa trecho do documento.
Estudo de fevereiro, da Federação Instituto de Administração, contratada pelo Ministério do Esporte, mostra que, se os trabalhos fossem mantidos no ritmo médio dos três meses anteriores, algumas obras terminariam em setembro. Vilaça cita também as paralisações nas obras da marina da Glória e do estádio de Remo. Obstáculo freqüente nas operações é a exigência de alvarás por parte da prefeitura. Um dos principais focos de problemas é o Complexo de Deodoro, responsabilidade do governo federal, palco de hipismo, hóquei sobre grama, pentatlo moderno, tiro esportivo e tiro com arco. Segundo o TCU, não há tempo para a importação do material da pista hípica. E a falta de alvará emperra a construção de estações de tratamento de esgoto no local -os competidores teriam que passar pelo desconforto de utilizar banheiros químicos.
A Vila Pan-Americana sofre com a impossibilidade de fechamento do anel viário interno, o que prejudica o transporte. A ausência de um alvará inviabilizaria a contratação de seguro para a Vila. O TCU teme pela qualidade do transporte oferecido. Relata que a prefeitura diminuiu o tamanho da frota a ser adquirida. Há também obras que não estavam previstas. E excesso de mudanças nos contratos. Diante dos problemas, o TCU quer que, a cada 15 dias, o governo federal encaminhe relatório sobre as instalações. O documento deve ser publicado no site www.brpan.com.br.
Vilaça determina que, em no máximo 30 dias após a competição, o Ministério do Esporte envie a relação discriminada do legado deixado à cidade, informando quem será o responsável pela manutenção. Pede que em dez dias informe os custos das cerimônias de abertura e encerramento, além de monitorar e criticar as pesquisas de mercado do Co-Rio sobre elas. Quer detalhes das licitações. E exige que falhas de comunicação entre os responsáveis pelo Pan sejam sanadas. O Ministério do Esporte diz que tem atendido às exigências do TCU, mas que não se pronunciaria por não ter recebido o documento oficialmente.
Procurado no início da noite de ontem pela Folha, o Co-Rio afirmou que precisava de mais tempo para dar respostas aos vários itens levantados pelo TCU. Adiantou, porém, que há defasagem entre o relatório e a situação atual das obras.


Colaborou MARIANA LAJOLO, da Reportagem Local


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