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câmera lenta
Para TCU, Pan pode perder instalações
Relatório aponta que o atraso nas obras no mínimo prejudica testes nos locais da competição e ainda vê outras ameaças
Entraves burocráticos, demora na importação de materiais e problemas no Complexo de Deodoro estão entre os casos mais graves
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Tribunal de Contas da
União divulgou seu relatório
mais alarmante sobre o Pan.
Diz que o atraso nas obras pode
até inviabilizar a disputa em algumas instalações.
Anunciado ontem, o parecer
do ministro Marcos Vinicios
Vilaça foi concluído no dia 25.
De acordo com ele, os atrasos
geram também o risco de algumas federações não aprovarem
os locais para as disputas.
O tribunal dá cinco dias para
que os responsáveis apresentem medidas reparadoras.
Vilaça afirma que a grande
maioria das obras tem o prazo
de entrega para meados de junho. Algumas com o final previsto para julho, às vésperas do
início, marcado para o dia 13.
"O fato é que praticamente
inexiste folga para a conclusão
das obras, o que, se não inviabiliza, ao menos prejudica a realização de testes. A conseqüência
mais grave é o prejuízo ou até
mesmo a inviabilidade de competições nas instalações", informa trecho do documento.
Estudo de fevereiro, da Federação Instituto de Administração, contratada pelo Ministério
do Esporte, mostra que, se os
trabalhos fossem mantidos no
ritmo médio dos três meses anteriores, algumas obras terminariam em setembro.
Vilaça cita também as paralisações nas obras da marina da
Glória e do estádio de Remo.
Obstáculo freqüente nas
operações é a exigência de alvarás por parte da prefeitura.
Um dos principais focos de
problemas é o Complexo de
Deodoro, responsabilidade do
governo federal, palco de hipismo, hóquei sobre grama, pentatlo moderno, tiro esportivo e tiro com arco. Segundo o TCU,
não há tempo para a importação do material da pista hípica.
E a falta de alvará emperra a
construção de estações de tratamento de esgoto no local -os
competidores teriam que passar pelo desconforto de utilizar
banheiros químicos.
A Vila Pan-Americana sofre
com a impossibilidade de fechamento do anel viário interno, o que prejudica o transporte. A ausência de um alvará inviabilizaria a contratação de seguro para a Vila.
O TCU teme pela qualidade
do transporte oferecido. Relata
que a prefeitura diminuiu o tamanho da frota a ser adquirida.
Há também obras que não
estavam previstas. E excesso de
mudanças nos contratos.
Diante dos problemas, o TCU
quer que, a cada 15 dias, o governo federal encaminhe relatório sobre as instalações. O documento deve ser publicado no
site www.brpan.com.br.
Vilaça determina que, em no
máximo 30 dias após a competição, o Ministério do Esporte
envie a relação discriminada do
legado deixado à cidade, informando quem será o responsável pela manutenção.
Pede que em dez dias informe os custos das cerimônias de
abertura e encerramento, além
de monitorar e criticar as pesquisas de mercado do Co-Rio
sobre elas. Quer detalhes das licitações. E exige que falhas de
comunicação entre os responsáveis pelo Pan sejam sanadas.
O Ministério do Esporte diz
que tem atendido às exigências
do TCU, mas que não se pronunciaria por não ter recebido
o documento oficialmente.
Procurado no início da noite
de ontem pela Folha, o Co-Rio
afirmou que precisava de mais
tempo para dar respostas aos
vários itens levantados pelo
TCU. Adiantou, porém, que há
defasagem entre o relatório e a
situação atual das obras.
Colaborou MARIANA LAJOLO, da Reportagem Local
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