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CARLOS SARLI
Skate na Casa
Sandro Soares ensina internos da ex-Febem a se levantarem depois de um tombo, seja da pranchinha, seja da vida
NÃO DÁ PARA ficar parado diante dos abismos sociais e suas
conseqüências. Substituindo a função dos órgãos, em tese,
competentes, algumas empresas já
perceberam vantagens, até econômicas, em ajudar o próximo, ONGs
são criadas, e alguns indivíduos dedicam o bem mais caro nos dias de
hoje, o tempo, para esse fim. O skatista Sandro Soares é desses.
Ciente da eficiência do esporte para a inclusão social, ele promoveu,
em 10 de maio, o 3º Torneio de Skate
da Fundação Casa (ex-Febem), no
ginásio Baby Barioni.
Participaram da competição 39
internos, escolhidos de acordo com
a freqüência nas aulas e o bom comportamento. O incentivo à rapaziada está consolidado. Reintegrar um
jovem não é fácil, mas os ensinamentos da pranchinha são maiores
que as broncas. "A lição não é só "esporte é saúde". Procuro passar os valores ocultos do skate, como lidar
com obstáculos, ter garra e treino.
Isso faz o adolescente não amarelar
nos obstáculos da vida", diz Sandro.
Para Sandro, que atua como voluntário desde 2000 e foi contratado
pela fundação em 2004, "quando o
menino toma um tombo, precisa levantar e ver onde errou. A Casa é um
tombo, ele precisa ver onde errou e
depois acertar a manobra da vida".
A idéia é realizar o torneio duas
vezes ao ano, mas o professor é temeroso. Segundo o skatista, a iniciativa pode acabar a qualquer mudança de governo -como ocorreu com o
Surfebem, em São Vicente (SP).
O projeto vai além dos muros da
Casa. Os vencedores das edições anteriores, Michel Ângelo e Alexandre
Pacíficos, após suas desinternações,
recebem ajuda de custo e ajudam
nas aulas do Clube Escola Vila Madalena. O mesmo deve ocorrer com
R.F.S., vencedor deste ano e interno
de Franco da Rocha. A realidade não
é simples. A vida do interno, mesmo
depois de reintegrado, não é fácil.
Para Sandro, "problemas eles ainda têm, mas a maneira de resolvê-los mudou depois do skate". O professor reivindica infra-estrutura fora das unidades. Sem esse apoio fica
difícil manter todos por perto. "Mas
tenho aqui do meu lado, agora, o primeiro campeão do torneio." Bacana
nessa história é que Sandro é da periferia e de família humilde.
MUNDIAL DE SURFE - WCT
Decisão inédita da ASP estendeu
o período de espera da terceira etapa, em Teahupoo, Taiti. Os oito finalistas aguardam um swell. A prova acaba hoje, com o líder Fanning
e sem Slater, Burrow e brasileiros.
MUNDIAL DE SURFE JÚNIOR
Prova por equipes da ISA acabou
no domingo em Portugal. Jadson
André (1º) e Charlie Brown (3º), na
sub-18, levaram o Brasil ao segundo lugar. A Austrália levou o título.
CORRIDA DE AVENTURA
No final de semana, na estação
ecológica da Juréia, há a Expedição
Chauás, com provas curtas, de 50
km e 80 km, e médias, de 150 km.
sarli@trip.com.br
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