São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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CARLOS SARLI

Skate na Casa

Sandro Soares ensina internos da ex-Febem a se levantarem depois de um tombo, seja da pranchinha, seja da vida

NÃO DÁ PARA ficar parado diante dos abismos sociais e suas conseqüências. Substituindo a função dos órgãos, em tese, competentes, algumas empresas já perceberam vantagens, até econômicas, em ajudar o próximo, ONGs são criadas, e alguns indivíduos dedicam o bem mais caro nos dias de hoje, o tempo, para esse fim. O skatista Sandro Soares é desses.
Ciente da eficiência do esporte para a inclusão social, ele promoveu, em 10 de maio, o 3º Torneio de Skate da Fundação Casa (ex-Febem), no ginásio Baby Barioni. Participaram da competição 39 internos, escolhidos de acordo com a freqüência nas aulas e o bom comportamento. O incentivo à rapaziada está consolidado. Reintegrar um jovem não é fácil, mas os ensinamentos da pranchinha são maiores que as broncas. "A lição não é só "esporte é saúde". Procuro passar os valores ocultos do skate, como lidar com obstáculos, ter garra e treino.
Isso faz o adolescente não amarelar nos obstáculos da vida", diz Sandro. Para Sandro, que atua como voluntário desde 2000 e foi contratado pela fundação em 2004, "quando o menino toma um tombo, precisa levantar e ver onde errou. A Casa é um tombo, ele precisa ver onde errou e depois acertar a manobra da vida". A idéia é realizar o torneio duas vezes ao ano, mas o professor é temeroso. Segundo o skatista, a iniciativa pode acabar a qualquer mudança de governo -como ocorreu com o Surfebem, em São Vicente (SP).
O projeto vai além dos muros da Casa. Os vencedores das edições anteriores, Michel Ângelo e Alexandre Pacíficos, após suas desinternações, recebem ajuda de custo e ajudam nas aulas do Clube Escola Vila Madalena. O mesmo deve ocorrer com R.F.S., vencedor deste ano e interno de Franco da Rocha. A realidade não é simples. A vida do interno, mesmo depois de reintegrado, não é fácil. Para Sandro, "problemas eles ainda têm, mas a maneira de resolvê-los mudou depois do skate". O professor reivindica infra-estrutura fora das unidades. Sem esse apoio fica difícil manter todos por perto. "Mas tenho aqui do meu lado, agora, o primeiro campeão do torneio." Bacana nessa história é que Sandro é da periferia e de família humilde.

MUNDIAL DE SURFE - WCT
Decisão inédita da ASP estendeu o período de espera da terceira etapa, em Teahupoo, Taiti. Os oito finalistas aguardam um swell. A prova acaba hoje, com o líder Fanning e sem Slater, Burrow e brasileiros.

MUNDIAL DE SURFE JÚNIOR
Prova por equipes da ISA acabou no domingo em Portugal. Jadson André (1º) e Charlie Brown (3º), na sub-18, levaram o Brasil ao segundo lugar. A Austrália levou o título.

CORRIDA DE AVENTURA
No final de semana, na estação ecológica da Juréia, há a Expedição Chauás, com provas curtas, de 50 km e 80 km, e médias, de 150 km.

sarli@trip.com.br


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