Contra time cheio de reservas, equipe brasileira domina só uma etapa e agora precisa vencer para avançar sem pênaltis

América 0
Santos 0

DA REPORTAGEM LOCAL

Em jogo morno e sem grande lances de perigo, o Santos, que antecipou a viagem de titulares, deixando-os fora da estréia no Brasileiro, conseguiu o que queria: não perder fora.
Mas não venceu o América, que parecia mais preocupado com seu clássico de hoje.
O técnico Luis Fernando Tena escalou reservas ontem, deixando os atacantes Blanco e Cabañas, estrelas do time, no banco de reservas.
A idéia do treinador era poupar o time principal para a partida contra o Chivas, ida da semifinal do "Clausura".
Com o 0 a 0 no estádio Azteca, pelas quartas-de-final da Libertadores, o Santos volta para o Brasil precisando vencer o jogo de volta, na próxima quarta, na Vila Belmiro.
Empate com gols classifica os mexicanos, enquanto novo 0 a 0 leva a decisão aos pênaltis.
O resultado de ontem manteve o time de Vanderlei Luxemburgo como o único invicto da competição e foi celebrado pelos atletas santistas no final.
"Jogando fora, foi um bom resultado. O principal objetivo era sair daqui sem tomar gols, com o empate", explicou o goleiro Fábio Costa, repercutindo a tese de que a igualdade era positiva, conforme Luxemburgo falara antes da viagem.
A tão temida altitude - 2.400 m acima do mar- não pareceu ter incomodado tanto o elenco santista.
Por precaução, o time titular chegou ao México no domingo para não sofrer com as dificuldades causadas pelo ar rarefeito. Tanto que o Santos estreou no Brasileiro, contra o Sport com uma equipe totalmente reserva. E perdeu feio na Ilha do Retiro, por 4 a 1.
Mas, mesmo tendo três dias para a adaptação, Luxemburgo ainda temia as adversidades que a altitude poderia causar.
A partida de ontem marcou também o retorno de um lateral-direito de ofício ao time, depois de quatro partidas sem um jogador da posição.
Alessandro, 27, ex-Dínamo de Kiev (UCR), herdou a camisa 4 de Denis, lesionado.
E, para segurar o empate com o América, Luxemburgo optou por um esquema tático nada ousado. Armou o time num 3-6-1, só com o atacante Marcos Aurélio atuando na frente.
O avante, aliás, era o que mais se movimentava no primeiro tempo, levando perigo à meta dos mexicanos. Tanto que foi dele o primeiro lance de emoção, aos 28min, quando chutou para a defesa de Ochoa.
Antes disso, o atacante já havia protagonizado uma jogada de velocidade, tendo driblado cinco adversários em um único lance. Mas, após realizar o toque para Cléber Santana, o meia chutou para fora, acima da meta do arqueiro mexicano.
Durante a primeira etapa, sem que o time da casa conseguisse articular jogadas, os santistas mantiveram o maior domínio do jogo, tendo as melhores oportunidades.
Em uma delas, aos 35min, o zagueiro Domingos quase abriu o placar, depois de receber passe de Marcos Aurélio. No entanto o zagueiro não teve o cacoete típico de um matador para finalizar a jogada com sucesso e acabou esbarrando na zaga mexicana.
Ao contrário do primeiro tempo, a segunda etapa foi dominada pelos mexicanos, principalmente depois da entrada de Cabañas e Blanco, que se movimentavam bem na frente, levando perigo à meta de Fábio Costa, que fez pelo menos duas boas defesas no jogo. Mas, mesmo assim, as equipes não conseguiram mudar o placar.
"Vamos descansar entre hoje e sábado para ver quem está na melhor situação [para ir para o jogo do Brasileiro]", disse o lateral-esquerdo Kléber.
O Santos joga no sábado, contra o América-RN, em casa.


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