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JUCA KFOURI
Óbvio ululante
"Que fiquem calmos os torcedores do tricolor carioca,
incapazes de deixar a paixão
de lado para pensar um pouco. Com ou sem punição ao
Bahia, o Flu continuará na
primeira divisão. Mais que
uma impressão, essa é uma
informação atualíssima."
Então, quando a informação acima foi aqui publicada,
no dia 2 de março passado,
corria ligeira a operação para
salvar o Fluminense. Estava
escrito há 40 mil anos que o
clube do grande Nélson Rodrigues não seria rebaixado.
Surgiu o episódio envolvendo o Atlético-PR e tudo ficou
resolvido, embora, vale repetir, nem o Corinthians nem
ninguém mais tenha sido punido -cadê os árbitros do esquema Ivens Mendes?
No momento em que você lê
estas linhas, certamente Carlos Eugênio Lopes, o dotô Carlô, do alto de seu incontestável saber jurídico, após exaustivas consultas ao também
Phd Caixa D'Água, outro farol que ilumina a ciência do
direito no Brasil, está redigindo um inapelável parecer
mostrando por "a" mais "b"
que o glorioso Fluminense Futebol Clube deve participar da
primeira divisão do Campeonato Brasileiro deste ano
-mesmo com a manutenção
do Atlético-PR e com o acréscimo do Náutico. Era óbvio.
Duro seria tirar o Bahia e
aguentar o ACM, como não
está sendo fácil administrar
as ligações do palácio do governo paranaense e da pernambucana vice-presidência
da República, apelando pelo
Náutico.
A mesma solução, diga-se de
passagem, seria encontrada
se, em vez do Flu, fosse outro
grande do eixo Rio-São Paulo
em situação igual.
E a torcida brasileira ainda
tem de ouvir que jamais, em
parte alguma do mundo,
fez-se justiça em tempo tão
curto, como tem dito o chefe
da Casa Bandida do Futebol.
Enquanto isso, a denúncia
da "Placar", que envolve diretamente dois árbitros e dois
assistentes em jogos de eliminatórias da Copa, não encontrou eco nem na Fifa nem no
ínclito Superior Tribunal de
Justiça Desportiva da CBF.
Rui Barbosa se contorce no
caixão, e advogados como
Luís Guilherme Vieira, Márcio Thomaz Bastos, Miguel
Reale Jr. e Técio Lins e Silva
devem estar se convencendo
que frequentaram as faculdades erradas.
De tudo, apenas uma verdade há de ser reconhecida: em
meio à hipocrisia geral, o Caixa D'Água prima pela coerência, ao não esconder de ninguém que está pouco se lixando para a opinião pública.
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