São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OITAVAS/ HOJE

Técnico perdeu sempre em jogos eliminatórios

Scolari tem chance de vencer seu 1º 'mata'

DOS ENVIADOS A KOBE

Quando enfrentar a Bélgica hoje, em Kobe, Luiz Felipe Scolari levará a campo um tabu que o persegue em jogos eliminatórios.
Considerado "rei" em torneios mata-matas, o técnico gaúcho de 53 anos tenta vencer pela primeira vez uma disputa em apenas 90 minutos -ou, no máximo, 120.
Scolari, que tem em seu currículo três Copas do Brasil (Criciúma, em 91, Grêmio, em 94, e Palmeiras, em 98), duas Libertadores (Grêmio, em 95, e Palmeiras, em 99) e duas Mercosul (Palmeiras, em 98 e 99), sempre perdeu quando a decisão era só "mata".
Em 1995, em Tóquio, viu seu Grêmio perder nos pênaltis para o Ajax. Quatro anos depois, no mesmo estádio Nacional e como técnico do Palmeiras, voltou a ser vice do Mundial interclubes ao perder para o Manchester United.
Em seu primeiro grande desafio pela seleção, a Copa América-2001, também fracassou. Na Colômbia, comandou o Brasil em um dos maiores fiascos da história do futebol do país. Viu seus pupilos serem batidos pela inexpressiva seleção de Honduras por 2 a 0 e foi eliminado.
Scolari tem dito não se preocupar com o fato. E prometeu ir com o Brasil ao menos até a semifinal.
Desde 1991, quando levou o Criciúma ao seu primeiro título nacional, ele participou de 30 competições com mata-mata. Chegou a 18 finais e foi campeão 11 vezes.
Mas o goleiro Marcos, que acompanhou dois dos fracassos de Scolari, disse que o bom retrospecto em jogos eliminatórios pouco interfere. "A diferença entre uma decisão em dois jogos e uma em 90 minutos é total. Numa Copa, uma desatenção pode ser fatal. Essa experiência em mata-mata não ajuda em muita coisa em um Mundial", afirmou.
"Não é como na Libertadores, em que havia possibilidade de recuperação. Perdeu está fora", diz o ex-palmeirense Roque Júnior.
Para Scolari, é bom que nesta partida a sorte no "mata" fique pela primeira vez do seu lado. Caso contrário, sua previsão de que estaria "morto" se não voltasse com a taça poderá virar realidade. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)


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