São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OITAVAS/ AMANHÃ

Intercâmbio deu início a escalada de rivais

Japão e Turquia jogam dez anos de ascensão

DO ENVIADO A OITA

O trabalho começou para valer mesmo há cerca de dez anos. E o resultado desse trabalho está acontecendo mesmo agora.
Japão e Turquia, quando se enfrentarem pelas oitavas-de-final da Copa na madrugada de amanhã, às 3h30, em Miyagi, estarão vivendo o seu melhor momento no que se refere a futebol.
Será a estréia em mata-mata de Mundiais para os dois países, que até o início dos anos 90 estavam no terceiro escalão, se tanto, na mais popular das modalidades.
Em 1993, o Japão lançava sua liga profissional, a J-League, e escancarava as portas para os estrangeiros, que ajudaram a popularizar e a desenvolver o futebol no país. A seleção nacional, outrora saco de pancadas, passou a obter melhores resultados.
Título da Copa da Ásia, boa campanha em Olimpíada (derrotando o Brasil), excelente campanha em Mundial júnior e classificação pela primeira vez para a Copa. Aproveitando estrangeiros, como os brasileiros Rui Ramos e Wagner Lopes, e uma geração de atletas mais técnicos, o Japão começou a ser respeitado.
Os principais jogadores do país conseguiram espaço no exterior. É o caso do meia Nakata (Parma) e do volante Inamoto (Arsenal).
Como anfitrião da Copa das Confederações em 2001, o time chegou à decisão. Como organizador da Copa, a equipe não decepciona e avançou às oitavas, algo que muitos duvidavam.
A trajetória da Turquia até o seu primeiro jogo de mata-mata em Copas é quase a mesma. No começo dos anos 90, os estrangeiros (jogadores e técnicos) foram atraídos pelo dinheiro que alguns empresários milionários colocaram em times turcos.
O intercâmbio fez bem ao país, que só havia participado da Copa em 1954, quando deixou a Suíça rapidamente e goleado.
Enquanto os clubes passaram a fazer boas campanhas em competições européias, a seleção começava a assustar as potências -Alemanha e Holanda são algumas das equipes que foram batidas pela Turquia recentemente.
Os jogadores locais atraíram o interesse de poderosos clubes europeus. A Inter de Milão, por exemplo, contratou três turcos quase de uma vez, sendo que só o atacante Hakan Sukur custou quase US$ 20 milhões.
Em um feito inédito, a Turquia conseguiu se classificar para a fase final da Eurocopa em 1996. Depois, repetiu a dose em 2000, quando foi ao mata-mata do forte torneio europeu de seleções.
O Galatasaray, por sua vez, venceu a Copa da Uefa, o primeiro título continental do futebol turco.
Ou Japão ou Turquia alcançará as quartas-de-final e, em um duelo contra Senegal, as duas equipes têm boas chances de chegar à semifinal, fase restrita historicamente a poucos países.
Os jogadores japoneses, eufóricos com a campanha do time, já pensam até no título do torneio.
""Se jogarmos como estamos jogando, podemos ir às quartas, às semifinais...", disse Inamoto, destaque da equipe na Copa.
Os turcos respeitam a condição de anfitrião do Japão, mas também estão otimistas para o jogo.
""É uma desvantagem jogar contra a equipe da casa. Mas queremos avançar no mata-mata", declarou o técnico da Turquia, Senol Gunes. (RODRIGO BUENO)


NA TV - Globo e Sportv, ao vivo, às 3h30 de terça


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