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OITAVAS/ AMANHÃ
Intercâmbio deu início a escalada de rivais
Japão e Turquia jogam dez anos de ascensão
DO ENVIADO A OITA
O trabalho começou para valer
mesmo há cerca de dez anos. E o
resultado desse trabalho está
acontecendo mesmo agora.
Japão e Turquia, quando se enfrentarem pelas oitavas-de-final
da Copa na madrugada de amanhã, às 3h30, em Miyagi, estarão
vivendo o seu melhor momento
no que se refere a futebol.
Será a estréia em mata-mata de
Mundiais para os dois países, que
até o início dos anos 90 estavam
no terceiro escalão, se tanto, na
mais popular das modalidades.
Em 1993, o Japão lançava sua liga profissional, a J-League, e escancarava as portas para os estrangeiros, que ajudaram a popularizar e a desenvolver o futebol
no país. A seleção nacional, outrora saco de pancadas, passou a obter melhores resultados.
Título da Copa da Ásia, boa
campanha em Olimpíada (derrotando o Brasil), excelente campanha em Mundial júnior e classificação pela primeira vez para a Copa. Aproveitando estrangeiros,
como os brasileiros Rui Ramos e
Wagner Lopes, e uma geração de
atletas mais técnicos, o Japão começou a ser respeitado.
Os principais jogadores do país
conseguiram espaço no exterior.
É o caso do meia Nakata (Parma)
e do volante Inamoto (Arsenal).
Como anfitrião da Copa das
Confederações em 2001, o time
chegou à decisão. Como organizador da Copa, a equipe não decepciona e avançou às oitavas, algo que muitos duvidavam.
A trajetória da Turquia até o seu
primeiro jogo de mata-mata em
Copas é quase a mesma. No começo dos anos 90, os estrangeiros
(jogadores e técnicos) foram
atraídos pelo dinheiro que alguns
empresários milionários colocaram em times turcos.
O intercâmbio fez bem ao país,
que só havia participado da Copa
em 1954, quando deixou a Suíça
rapidamente e goleado.
Enquanto os clubes passaram a
fazer boas campanhas em competições européias, a seleção começava a assustar as potências
-Alemanha e Holanda são algumas das equipes que foram batidas pela Turquia recentemente.
Os jogadores locais atraíram o
interesse de poderosos clubes europeus. A Inter de Milão, por
exemplo, contratou três turcos
quase de uma vez, sendo que só o
atacante Hakan Sukur custou
quase US$ 20 milhões.
Em um feito inédito, a Turquia
conseguiu se classificar para a fase
final da Eurocopa em 1996. Depois, repetiu a dose em 2000,
quando foi ao mata-mata do forte
torneio europeu de seleções.
O Galatasaray, por sua vez, venceu a Copa da Uefa, o primeiro título continental do futebol turco.
Ou Japão ou Turquia alcançará
as quartas-de-final e, em um duelo contra Senegal, as duas equipes
têm boas chances de chegar à semifinal, fase restrita historicamente a poucos países.
Os jogadores japoneses, eufóricos com a campanha do time, já
pensam até no título do torneio.
""Se jogarmos como estamos jogando, podemos ir às quartas, às
semifinais...", disse Inamoto, destaque da equipe na Copa.
Os turcos respeitam a condição
de anfitrião do Japão, mas também estão otimistas para o jogo.
""É uma desvantagem jogar contra a equipe da casa. Mas queremos avançar no mata-mata", declarou o técnico da Turquia, Senol
Gunes.
(RODRIGO BUENO)
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 3h30 de terça
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