São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OITAVAS / ONTEM

Casillas, 21, defende três cobranças e sela vitória sobre a Irlanda

Goleiro salva Espanha de queda nos pênaltis

DO ENVIADO A SUWON

O mais jovem dos goleiros titulares da Copa-2002 salvou a Espanha de repetir, já nas oitavas-de-final, contra a Irlanda, sua rotina de fracassos na competição.
Iker Casillas, que completou 21 anos em maio, garantiu a classificação de seu país às quartas-de-final, quando vai enfrentar o vencedor do jogo entre Coréia do Sul e Itália, ao defender três pênaltis.
No tempo normal, que terminou em empate de 1 a 1, ele segurou o primeiro. Depois de uma morte súbita sem vencedor, a disputa, realizada em Suwon (Coréia do Sul), teve que ser decidida na cobrança de pênaltis.
Casillas, do Real Madrid, então defendeu mais dois, e evitou que a Espanha, que esbanjava otimismo antes do jogo, sucumbisse diante da Irlanda, um dos times que menos perdeu no planeta nos últimos quatro anos.
"Nos pênaltis, você sempre precisa de sorte", disse o goleiro, que não se considera um especialista neste tipo de lance.
Se não fosse por seu goleiro, que só é o titular da meta da equipe pelo corte de Canizares, que se machucou ao pisar em um vidro de perfume às vésperas do embarque para Ásia, a Espanha teria seguido sua rotina histórica.
Depois de surpreender na primeira fase da competição, quando teve 100% de aproveitamento e mostrou bom futebol, a equipe do técnico José Antonio Camacho decepcionou.
Com exceção de parte do primeiro tempo, a Irlanda foi melhor do que o adversário, mesmo levando um gol logo no início, marcado pelo atacante Morientes, que completou um cruzamento de de cabeça, aos 8min.
Depois do susto, os irlandeses partiram para o ataque e anularam a Espanha basicamente usando uma eficiente linha de impedimento.
Segundo o Datafolha, os espanhóis ficaram sem condições de jogo em 13 oportunidades. A média geral do Mundial, por equipe, não passa de três impedimentos.
Resolvido o problema defensivo, a Irlanda pressionou durante todo o segundo tempo.
Aos 16min, depois de jogada individual, o atacante Duff foi derrubado por Juanfran. Ian Harte bateu forte, mas no meio do gol, facilitando a defesa de Casillas.
Vendo seu time ser pressionado, Camacho fez substituições que tornaram a situação ainda pior, principalmente ao sacar o atacante Morientes e colocar no seu lugar o volante Albelda.
Foi então que a Irlanda partiu com tudo para o ataque. Quando o fim do jogo estava próximo, chegou o castigo.
Depois da lançamento longo para área, o zagueiro Hierro puxou a camisa de Quinn dentro da área. Aos 45min, o atacante Robbie Keane empatou o jogo, que foi para a morte súbita.
Os dois pênaltis e a sequência de impedimentos irritaram a seleção espanhola.
"Um juiz não pode fazer uma coisa dessa", afirmou o técnico Camacho, reclamando do trabalho do sueco Anders Frisk, que apitou também o jogo entre Brasil e China na primeira fase.
Na prorrogação, a Irlanda foi novamente melhor, mas não conseguiu marcar.
Deu então a chance para Casillas brilhar. Com os dois pênaltis defendidos por seu goleiro, a Espanha venceu o desempate por 3 a 2 e continua a sonhar com seu primeiro título mundial. (PAULO COBOS)


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