São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Espetáculo versus resultado divide atletas da seleção

Após aperto na estréia contra a Croácia, parte do grupo já descarta jogo bonito para o prosseguimento do Mundial

Ronaldinho diz que meta é manter a alegria ofensiva, porém Emerson avisa que show não ganha jogo e defende até gol de canela


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A KÖNIGSTEIN

No início, o objetivo era a busca do hexacampeonato com um futebol de primeira. Mas, depois de uma vitória magra sobre a Croácia, na estréia na Copa, a seleção brasileira está dividida entre dar espetáculo e o célebre futebol de resultados.
O primeiro grupo, em processo de encolhimento, tem Ronaldinho, famoso por suas jogadas de efeito, como principal porta-voz. Ontem, ele exaltou isso tanto no seu caso como no de Ronaldo. Ao dizer qual o caminho que o xará deve seguir para sair da má fase, o barcelonista apostou na fantasia.
"É difícil dar conselho para um jogador que viveu tanta coisa, tem tanta experiência por tudo o que já viveu no futebol. A única coisa que falo para ele é para se divertir, fazer o que ele mais gosta com a maior alegria possível", disse Ronaldinho, que quer o mesmo para si.
"Acredito que tenho tudo para jogar com mais alegria. A estréia já passou, agora é nova etapa. O nosso objetivo é fazer um quarteto com muita alegria para poder fazer muitas jogadas de gols", afirmou o meia, que não se destacou na estréia.
Mas o coro dos que dizem que o importante é vencer cresce. Na liderança, Emerson, que fala em público o que muitos acham entre quatro paredes.
"Show não ganha. Não adianta. Vamos fazer gol, não interessa como, de costas, de canela. Estamos aqui para ganhar a Copa. Não queremos sair daqui como a seleção que dá show e não ganha nada", disse o volante, um dos mais sacrificados pelo esquema do quadrado sem obrigações defensivas.
E ele não está sozinho. O zagueiro Juan dá como receita para a conquista do hexacampeonato uma fórmula que não tem nada de superofensiva.
"A gente quer ser campeão. E o mais fácil para isso é não sofrer gols. Assim, a gente já parte com o empate", disse ele.
A turma dos que ficam divididos entre o espetáculo e a pura eficiência também é numerosa. "Ganhar sempre é bom. Mas, se conseguirmos a vitória jogando bem, será melhor ainda", disse o lateral-esquerdo Roberto Carlos, em discurso parecido com o feito por seu chefe nas últimas semanas.
"Não sei quando, mas tomara que o Brasil possa vencer também com uma exibição de gala", disse Carlos Alberto Parreira, que dirigiu uma seleção ícone do futebol de resultados -a que ganhou o tetra, em 1994.


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Ai!

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