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Espetáculo versus resultado divide atletas da seleção
Após aperto na estréia contra a Croácia, parte do grupo já descarta jogo bonito para o prosseguimento do Mundial
Ronaldinho diz que meta é manter a alegria ofensiva, porém Emerson avisa que show não ganha jogo e defende até gol de canela
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A KÖNIGSTEIN
No início, o objetivo era a
busca do hexacampeonato com
um futebol de primeira. Mas,
depois de uma vitória magra
sobre a Croácia, na estréia na
Copa, a seleção brasileira está
dividida entre dar espetáculo e
o célebre futebol de resultados.
O primeiro grupo, em processo de encolhimento, tem
Ronaldinho, famoso por suas
jogadas de efeito, como principal porta-voz. Ontem, ele exaltou isso tanto no seu caso como
no de Ronaldo. Ao dizer qual o
caminho que o xará deve seguir
para sair da má fase, o barcelonista apostou na fantasia.
"É difícil dar conselho para
um jogador que viveu tanta coisa, tem tanta experiência por
tudo o que já viveu no futebol. A
única coisa que falo para ele é
para se divertir, fazer o que ele
mais gosta com a maior alegria
possível", disse Ronaldinho,
que quer o mesmo para si.
"Acredito que tenho tudo para jogar com mais alegria. A estréia já passou, agora é nova
etapa. O nosso objetivo é fazer
um quarteto com muita alegria
para poder fazer muitas jogadas de gols", afirmou o meia,
que não se destacou na estréia.
Mas o coro dos que dizem
que o importante é vencer cresce. Na liderança, Emerson, que
fala em público o que muitos
acham entre quatro paredes.
"Show não ganha. Não adianta. Vamos fazer gol, não interessa como, de costas, de canela. Estamos aqui para ganhar a
Copa. Não queremos sair daqui
como a seleção que dá show e
não ganha nada", disse o volante, um dos mais sacrificados pelo esquema do quadrado sem
obrigações defensivas.
E ele não está sozinho. O zagueiro Juan dá como receita
para a conquista do hexacampeonato uma fórmula que não
tem nada de superofensiva.
"A gente quer ser campeão. E
o mais fácil para isso é não sofrer gols. Assim, a gente já parte
com o empate", disse ele.
A turma dos que ficam divididos entre o espetáculo e a pura
eficiência também é numerosa.
"Ganhar sempre é bom. Mas, se
conseguirmos a vitória jogando
bem, será melhor ainda", disse
o lateral-esquerdo Roberto
Carlos, em discurso parecido
com o feito por seu chefe nas últimas semanas.
"Não sei quando, mas tomara
que o Brasil possa vencer também com uma exibição de gala",
disse Carlos Alberto Parreira,
que dirigiu uma seleção ícone
do futebol de resultados -a que
ganhou o tetra, em 1994.
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