São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Obrigada a atacar, Holanda repete vitória apertada

Com 2º triunfo por vantagem mínima, time de Van Basten, cujo contrato obriga seleção a ser ofenviva, vai às oitavas

Europeus abrem 2 a 0, mas perdem ímpeto e sofrem para segurar vitória contra a Costa do Marfim, que ainda teve pênalti não anotado


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART

A Holanda tem fama de jogar bonito, Van Basten é reconhecido como um dos maiores atacantes de todos os tempos, seu contrato com a federação holandesa obriga o time a ter mentalidade ofensiva, mas a equipe dirigida pelo ex-craque virou expert em resultados magros e apertados.
Ontem, após abrir 2 a 0 rapidamente na Costa do Marfim, penou para segurar o 2 a 1 final e, no sufoco, conseguiu a vaga para as oitavas-de-final.
Na estréia, apesar do bom futebol, o placar já tinha sido justo: 1 a 0 diante de Sérvia e Montenegro, equipe que acabou levando seis da Argentina ontem.
Os amistosos de preparação neste ano não deixam dúvida sobre as limitações do time de Van Basten: 1 a 0 no Equador, 1 a 0 em Camarões e 2 a 1 no México -o time empatou ainda em 1 a 1 com a Austrália. "Tivemos oponentes fortes e estamos felizes por ter vencido", afirmou o técnico mais jovem, 41, e mais liberal da Copa.
Ontem, por um tempo, pareceu que a Holanda iria deslanchar. Após um pênalti não marcado contra si no início -Van Bronckhorst segurou Eboue na área-, os holandeses fizeram dois gols em um intervalo de quatro minutos. Primeiro, Van Persie acertou uma bomba em cobrança de falta. Depois, Van Nistelrooy recebeu passe de Robben e fuzilou o goleiro. Isso com 27 minutos de jogo.
"Vencemos pelo nosso ótimo início. Todo mundo viu como os jogadores da Costa do Marfim crescem quando têm espaços. No segundo tempo, nós só pudemos nos defender", disse Van Basten, sem falar nos lances do final da primeira etapa.
Aos 33min, Zokora já tinha carimbado o travessão holandês em chute de fora da área. Cinco minutos depois, Bakary Koné fez bela jogada individual e chutou no ângulo direito.
A partida reunia dois times bem semelhantes, que apostam no jogo ofensivo e procuram muito as pontas -a Costa do Marfim começou no 4-4-2, mas Henri Michel logo mudou para o 4-3-3, esquema da Holanda.
"Às vezes, temos que fazer alterações dentro de uma partida de forma rápida, ainda mais em um Mundial", disse Henri Michel, técnico francês que dirige a Costa do Marfim.
Drogba, principal jogador do time africano, esteve apagado. Fez apenas duas finalizações, uma errada. Recebeu o segundo amarelo e não joga mais no Mundial. "Os jogos contra Argentina e Holanda foram iguais [a Costa do Marfim saiu perdendo de 2 a 0 em ambos, descontou, pressionou, mas acabou derrotada]. Fizemos o nosso melhor. Estou orgulhoso", disse o atacante do Chelsea.
"Enfrentamos Argentina e Holanda, e eles não tiveram facilidade", diz, também orgulhoso, o zagueiro Touré.
Robben brincou com o companheiro de clube e elogiou a Costa do Marfim. ""O Drogba agora poderá descansar, de férias, e voltar na próxima temporada. Sobre a Costa do Marfim, pensamos que o jogo seria fácil quando estava 2 a 0, mas eles nos colocaram em problemas", afirmou o ponta.


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