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Sem goleadores, Dunga inventa novo ataque
Técnico perde autores de mais da metade dos gols em sua era e busca solução
Robinho, que precisa provar condição de intocável, e
o desconhecido Afonso podem formar a dupla da seleção na Copa América
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
A seleção brasileira foi desprezada por alguns medalhões
e também desprezou outros jogadores menos badalados. Mas
com eles se foram mais da metade dos gols da era Dunga.
Um dos desafios mais espinhosos para o treinador é tentar revitalizar o ataque do time
nacional, que vive uma crise
ofensiva sem Ronaldo, o maior
artilheiro da história das Copas
do Mundo, com 15 gols.
Dos 19 tentos marcados nas
11 partidas comandadas pelo
novato treinador, 12, ou 57%,
foram de autoria de atletas que
não estarão na Copa América.
O principal artilheiro é Kaká
(cinco gols). Ronaldinho balançou as redes duas vezes. Ambos
pediram dispensa da seleção.
Preteridos por Dunga, os atacantes Daniel Carvalho (dois
gols) e Rafael Sobis (um gol), o
lateral Marcelo (um gol) e o zagueiro Luizão (um gol) formam
a lista dos goleadores excluídos
do torneio na Venezuela.
Do grupo de 22 atletas que se
prepara na Granja Comary, o
artilheiro é Vágner Love, com
dois gols. "É uma situação difícil [a falta de gols], mas aqui há
jogadores capazes de fazer a seleção se destacar", acredita.
Fred e Robinho têm apenas
um. A outra esperança de gols
da seleção foi moldada na Suécia. Foi lá que o mais obscuro
jogador da equipe de Dunga
aprendeu a balançar as redes.
Afonso, 26, artilheiro do holandês Heerenveen, passará por
um autêntico batismo de fogo.
O jogador, que debutou na
seleção no jogo contra a Inglaterra, ainda não marcou. Os
atacantes de Dunga, aliás, só
balançaram as redes quatro vezes, ou seja, são responsáveis
por só 21% da artilharia total.
Cenário, portanto, nada animador para o mineiro que vive
há cinco anos na Europa.
"Eu sou novato, mas aprendi
muito na Europa e posso surpreender. Aqui, no Brasil, poucos me conhecem, mas lá fora
muitos me conhecem", diz,
confiante, o jogador, artilheiro
e "bola de ouro" do Campeonato Holandês, com 34 gols em 31
jogos -média superior à dos
astros Ronaldo e Romário
quando atuaram na Holanda.
Revelado nas categorias de
base do Atlético-MG, Afonso
transferiu-se em 2002 para o
futebol sueco. Era meia, mas
começou a fazer gols. "Comecei
a jogar na ponta esquerda e me
transformei em atacante", afirma ele, cuja convocação foi
contestada no Brasil. "Isso não
me incomodou. Pode ter certeza de que o Dunga e o Jorginho
estavam me observando."
O técnico da seleção, até agora, diz não ter preferência para
formar a dupla que terá a missão de dar nova vida ao setor
ofensivo. "Os quatro têm chances iguais. Comigo, vale o momento", promete Dunga.
Pelo histórico nas partidas
do treinador, Robinho, que foi
titular em 10 de 11 jogos e se
apresenta amanhã na Granja
Comary, deve ter lugar garantido na frente. Mas precisa mostrar que merece ser intocável.
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