São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Líderes deixam estréia de Senna para trás

DA ENVIADA A INDIANÁPOLIS

Enquanto a disputa entre Fernando Alonso e Lewis Hamilton vem monopolizando as atenções dentro da McLaren, um fato passa desapercebido.
O desempenho da dupla neste início de temporada já supera o de Ayrton Senna em 1988, ano em que ele estreou na equipe e que conquistou o primeiro de seus três títulos mundiais.
Hoje, nos EUA, eles largam na primeira fila e tentam melhorar ainda mais esta marca.
Os números do brasileiro, até este ano, eram os melhores de um estreante na McLaren, que teve entre outros pilotos Alain Prost, Keke Rosberg, Niki Lauda, Emerson Fittipaldi, James Hunt e Mika Hakkinen. Mas acabaram ficando para trás com o começo do atual duo.
Melhor novato da história da F-1, com seis pódios em suas seis primeiras corridas, Hamilton soma 48 pontos, o que equivale a dizer que o jovem piloto inglês amealhou 80% dos pontos possíveis até agora.
Além da vitória no Canadá, há uma semana, Hamilton conseguiu ainda um terceiro lugar em seu primeiro GP e outros quatro segundos lugares.
Resultado: lidera o Mundial e, aos 22 anos, é o mais jovem piloto a ocupar esta posição.
Alonso, segundo colocado e que vem sofrendo com o desempenho surpreendente de seu parceiro, soma 40 pontos, com uma vitória a mais que Hamilton. Além disso, foi "apenas" quatro vezes ao pódio em 2007 -fora os triunfos, um segundo e um terceiro lugares.
Quatro também foi o número de vezes que Senna chegou entre os três primeiros em 1988.
Se levado em conta o atual sistema, em que os oito primeiros pontuam, o brasileiro teria, após as seis primeiras provas daquele ano, 38 pontos -três vitórias e um segundo lugar.
Mas naquele ano Senna não pontuou nas outras duas provas, mesmo se considerado o atual sistema de pontos, e não o da época, que premiava só os seis primeiros. Ele teria, então, aproveitamento de 63%.
Por coincidência, ele é o ídolo tanto de Alonso quanto de Hamilton, cujo capacete tem os mesmos amarelo, azul e verde que viraram marca registrada do tricampeão. "Adorava vê-lo correr quando era mais novo", afirmou o líder do campeonato.
Em 1994 (ano em que Senna morreu), quando corria de kart, Hamilton participou de uma cerimônia da revista inglesa "Autosport" que premiava os melhores pilotos do ano. "Estava um ano atrasado para encontrar o Ayrton... No ano anterior, ele estava lá", lembra ele, que usou a oportunidade para se apresentar a Ron Dennis, seu atual chefe na McLaren.
"Ele sempre foi meu piloto favorito, desde que eu era pequeno. E sempre sonhei em dirigir aquele carro dele. E agora aqui estou, naquele carro..."
Menos "tiete", Alonso não gosta muito de falar sobre o assunto, mas confirma que sempre admirou o brasileiro.
"Na Espanha, as corridas não eram transmitidas naquela época. Mas me lembro de ler as notícias e sempre via aquele carro vermelho e branco vencendo", relembra o espanhol, que nesta temporada busca igualar seu número de títulos.


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