São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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CIDA SANTOS

O samba do avião


Pela tabela do Brasil na Liga Mundial, fica difícil entender como os dirigentes aprovam programação tão sem lógica

NAS PRÓXIMAS três semanas, a seleção brasileira fará um vai e volta de avião pelos céus da Europa e da América do Sul para cumprir a tabela da Liga Mundial. O time joga no sábado e no domingo na França. Em seguida, vai para a Venezuela e, logo depois, volta à Europa para enfrentar a Sérvia.
Difícil entender como os dirigentes aprovam uma programação tão sem lógica. Para driblar o desgaste físico, a comissão técnica não levará a base titular para as partidas na França e na Venezuela.
Gustavo, André Nascimento, Dante, Marcelinho, Escadinha, Giba e Rodrigão vão ficar no Brasil. A primeira semana da liga mostrou muito equilíbrio: em 8 dos 12 jogos, o placar foi 3 sets a 2. A Sérvia é um exemplo. Sem as estrelas Ivan Miljkovic e Nikola Grbic, quase surpreendeu o Brasil. Usou time jovem, que tem como destaque o canhoto Sasa Starovic, 19 anos e 2,07 m.
Está certo que o Brasil, assim como outras seleções, ainda está sem ritmo de jogo e treinando forte para estar no auge em Pequim. Mas dois fatores em especial preocuparam no segundo duelo contra os sérvios. O primeiro foi o excesso de erros brasileiros: 38, um set e meio de pontos de graça para o adversário. Em segundo, os pontos de bloqueio que a Sérvia marcou no Brasil: 17.
São números que preocupam. O oposto Anderson, por exemplo, teve muita dificuldade para passar por esse bloqueio. Nos duelos com França e Venezuela, o técnico Bernardinho testará o ponteiro Samuel também como oposto. É uma alternativa. Se Nalbert ficar entre os quatro ponteiros que vão a Pequim (ao lado de Dante, Giba e Murilo), Samuel vai disputar uma vaga de oposto com Anderson.
Os jogos também vão servir de testes para os jogadores que buscam vaga na seleção. E o primeiro adversário será difícil: como não se classificou para a Olimpíada, a França se preparou para jogar bem a Liga. O time tem duas vitórias sobre a Venezuela, do técnico Ricardo Navajas. Cuba vive a mesma situação da França: também não vai a Pequim e está concentrando as forças na liga.
No último fim de semana, deu trabalho para a Itália: venceu um jogo por 3 sets a 2 e perdeu o outro por 3 a 1.

NOVIDADE
Mais mudanças estão à vista no vôlei. As novidades podem ser implantadas depois dos Jogos Olímpicos de Pequim. A idéia é aumentar de 12 para 14 o número de jogadores dos times e incluir a presença de dois líberos.

AS TITULARES
A seleção feminina do Brasil estréia na sexta-feira no Grand Prix contra a Tailândia. No sábado, pegará a Alemanha. No domingo, enfrentará a China. A formação titular será a mesma que disputou os amistosos contra os EUA: Paula, Mari, Fabiana, Walewska, Sheila e Carol. Fofão, machucada, só volta a jogar no início de julho.

cidasan@uol.com.br


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