São Paulo, quinta-feira, 17 de junho de 2010

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Uruguai triunfa e impõe "Bafanazo"

Time sul-americano vence a África do Sul por 3 a 0 em dia de feriado histórico; anfitriã está quase eliminada

Alexander Joe/France Presse
Forlán celebra um de seus gols na partida de ontem

África do Sul 0
Uruguai 3
Forlán, aos 24min do 1º tempo e aos 35min do 2º tempo, e Pereira, aos 50min do 2º tempo

FÁBIO ZANINI
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA

A África do Sul já tem o seu Maracanazo. Três gols uruguaios silenciaram ontem o Loftus Versfeld, em Pretória, uma espécie de Maracanã do rúgbi sul-africano, temporariamente convertido em estádio de futebol. Ainda que por apenas alguns segundos, nenhuma vuvuzela podia ser ouvida nas arquibancadas.
O desastre veio numa das datas mais significativas para o país, o aniversário de 34 anos do levante de estudantes em Soweto, feriado nacional, considerado o começo do fim do apartheid.
A derrota deixa a equipe muito perto de ser a primeira anfitriã a não passar para a segunda fase de uma Copa.
A África do Sul primeiro torce por um empate hoje entre França e México. Depois, precisa ganhar da França no dia 22, em Bloemfontein, e esperar que os mexicanos não ganhem dos uruguaios.
Já o Uruguai tem situação bem mais tranquila. Além de ter quatro pontos, acumulou bom saldo de gols, primeiro critério de desempate.
Embora a posse de bola tenha ficado rigorosamente em 50% para cada equipe, o Uruguai foi bem mais objetivo: chutou 19 vezes a gol, contra 10 da África do Sul.
Com forte esquema de marcação, dificultou muito o ataque sul-africano, que se resumia a tentativas do meia-atacante Pienaar.
A etapa continuou truncada até o chute de fora da área de Forlán, aos 24min. O goleiro Khune fez golpe de vista, mas a bola entrou.

"INCRÍVEL SILÊNCIO"
"No primeiro gol, o estádio emudeceu. Foi incrível", disse o zagueiro Diego Godín.
Mesmo atrás no marcador, os Bafana Bafana eram tímidos ao atacar. Sua melhor chance veio apenas aos 22min do segundo tempo, numa cabeçada de Mphela.
À medida que o tempo passava, o zumbido das vuvuzelas ia ficando mais baixo. Na metade do segundo tempo, já era possível conversar nas arquibancadas quase sem gritar. "É difícil para eles porque o país todo [estava] empurrando", afirmou o volante Diego Perez.
Aos 35min, com o pênalti convertido por Forlán, novamente o Loftus se calou. As arquibancadas coloridas de amarelo foram dando lugar ao azul das cadeiras, conforme o estádio foi esvaziando.
Grande parte dos 42.658 pagantes já não estava lá quando Pereira marcou o último gol, nos acréscimos.


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