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Uruguai triunfa e impõe "Bafanazo"
Time sul-americano vence a África do Sul por 3 a 0 em
dia de feriado histórico; anfitriã está quase eliminada
Alexander Joe/France Presse
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Forlán celebra um de seus gols na partida de ontem
África do Sul 0
Uruguai 3
Forlán, aos 24min do 1º tempo e aos
35min do 2º tempo, e Pereira, aos
50min do 2º tempo
FÁBIO ZANINI
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA
A África do Sul já tem o seu
Maracanazo. Três gols uruguaios silenciaram ontem o
Loftus Versfeld, em Pretória,
uma espécie de Maracanã do
rúgbi sul-africano, temporariamente convertido em estádio de futebol. Ainda que por
apenas alguns segundos, nenhuma vuvuzela podia ser
ouvida nas arquibancadas.
O desastre veio numa das
datas mais significativas para o país, o aniversário de 34
anos do levante de estudantes em Soweto, feriado nacional, considerado o começo
do fim do apartheid.
A derrota deixa a equipe
muito perto de ser a primeira
anfitriã a não passar para a
segunda fase de uma Copa.
A África do Sul primeiro
torce por um empate hoje entre França e México. Depois,
precisa ganhar da França no
dia 22, em Bloemfontein, e
esperar que os mexicanos
não ganhem dos uruguaios.
Já o Uruguai tem situação
bem mais tranquila. Além de
ter quatro pontos, acumulou
bom saldo de gols, primeiro
critério de desempate.
Embora a posse de bola tenha ficado rigorosamente em
50% para cada equipe, o
Uruguai foi bem mais objetivo: chutou 19 vezes a gol,
contra 10 da África do Sul.
Com forte esquema de
marcação, dificultou muito o
ataque sul-africano, que se
resumia a tentativas do meia-atacante Pienaar.
A etapa continuou truncada até o chute de fora da área
de Forlán, aos 24min. O goleiro Khune fez golpe de vista, mas a bola entrou.
"INCRÍVEL SILÊNCIO"
"No primeiro gol, o estádio
emudeceu. Foi incrível", disse o zagueiro Diego Godín.
Mesmo atrás no marcador,
os Bafana Bafana eram tímidos ao atacar. Sua melhor
chance veio apenas aos
22min do segundo tempo,
numa cabeçada de Mphela.
À medida que o tempo
passava, o zumbido das vuvuzelas ia ficando mais baixo. Na metade do segundo
tempo, já era possível conversar nas arquibancadas
quase sem gritar. "É difícil
para eles porque o país todo
[estava] empurrando", afirmou o volante Diego Perez.
Aos 35min, com o pênalti
convertido por Forlán, novamente o Loftus se calou. As
arquibancadas coloridas de
amarelo foram dando lugar
ao azul das cadeiras, conforme o estádio foi esvaziando.
Grande parte dos 42.658
pagantes já não estava lá
quando Pereira marcou o último gol, nos acréscimos.
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