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Teixeira tira Morumbi da Copa-2014
Após disputa política, estádio do São Paulo é vetado por cartola
EDUARDO OHATA
EVANDRO SPINELLI
JOSÉ RICARDO LEITE
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO
Na queda de braço entre
Ricardo Teixeira e o São Paulo, o presidente da CBF e do
COL (Comitê Organizador Local da Copa-14) levou a melhor. Ontem, no capítulo final da novela que opõe Teixeira e seu desafeto Juvenal
Juvêncio, presidente do clube paulista, foi anunciada
oficialmente a exclusão do
Morumbi do Mundial.
Sendo assim, a maior cidade do país está, ainda que
temporariamente, fora do
torneio que será sediado no
Brasil daqui a quatro anos.
Teixeira, que não quis falar com a Folha, disse ontem
a outros veículos que São
Paulo não ficará fora da Copa. Ao justificar a retirada do
estádio são-paulino da Copa,
Teixeira atribuiu a exclusão a
problemas técnicos.
""O que o São Paulo apresentou foram garantias financeiras de um outro projeto, não aquele aprovado pela
Fifa. Por isso o Morumbi não
faz mais parte da Copa de
2014", disse Teixeira, em entrevista à TV Globo.
Ele se referia ao fato de o
estádio aprovado pela Fifa
ter orçamento de R$ 630 milhões e o São Paulo ter apresentado garantias para construir um projeto mais modesto, de R$ 265 milhões. Em sua
justificativa, o cartola alegou
que passou a fase de análise
de projetos. Porém mostrou-
-se aberto a avaliar novos
planos de arenas paulistas.
Em nota oficial, Juvenal
sugeriu que o corte do Morumbi teve caráter político.
Seu relacionamento com Teixeira piorou após ter se oposto a Kleber Leite, apadrinhado do presidente da CBF, na
eleição do Clube dos 13.
"A decisão tomada pela Fifa/COL surpreendeu porque,
inusitadamente, foi anunciada no momento em que as
atenções da comunidade esportiva estão voltadas para a
Copa de 2010, como se numa
tentativa de se esconder o ato
sob a sombra dos holofotes
focados no maior evento esportivo do planeta", disse.
Ele acrescentou que o Morumbi continuará a ser modernizado, independemente
da Copa, e que o estádio se
mantém de portas abertas
para o Mundial de 2014.
Sem sede definida, o governo paulista trabalha com
duas opções: o estádio de Pirituba e o do Palmeiras.
O mandatário palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo,
que pôs à disposição a sua
nova arena, corre risco de enfrentar igual turbulência. Na
eleição do Clube dos 13, Belluzzo também apoiou Fábio
Koff, rival de Teixeira.
Já o corintiano Andres
Sanchez, que também planeja erguer arena para seu clube, atravessa bom momento
com a CBF. Foi candidato a
vice de Leite no Clube dos 13.
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., ex-entusiasta
do Morumbi, jogou a responsabilidade para o comitê
paulista e disse que o clube
vinha "esticando a corda".
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