BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Diretamente de Atenas, minha prima cretina da ilha de Creta, Strava Gancia, ensina: apesar do nome espanhol, o mestre das artes plásticas El Greco era grego.
Que vergonha a atitude do judoca meio-leve iraniano Arash Miresmaeli, que se recusou a pisar no tatame para lutar contra um adversário israelense.
Vem cá: se a trapaça do doping contraria o espírito olímpico, o caso criado pelo iraniano também não fere a aura de confraternização dos Jogos? E o Irã não é um dos signatários da "Olympic Truce", a trégua olímpica que vigora em Atenas?
Mesmo que a intransigência do judoca tenha sido só uma desculpa (o atleta estaria acima do peso), o comitê iraniano deveria ter tentado convencê-lo a mudar de idéia. Afinal, ele carregou a bandeira na cerimônia de abertura por ser o maior atleta de seu país e certeza de ouro.
Como Arash Miresmaeli não lutou, deveriam bani-lo das competições internacionais. Se o judoca não consegue separar esporte de política, e se não está disposto a entrar no clima de conciliação que os Jogos tentam incentivar, que fique em casa e nos poupe de sua animosidade!


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