São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009 |
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9s58 Usain Bolt supera Pequim em Berlim
Jamaicano pulveriza o próprio recorde no Mundial alemão e, assim como na Olimpíada, há um ano, triunfa nos 100 m
JOSÉ EDUARDO MARTINS ENVIADO ESPECIAL A BERLIM Até parece que o dia 16 de agosto tem uma ligação especial com Usain Bolt. Exatamente um ano após obter a medalha de ouro e quebrar o recorde mundial dos 100 m na Olimpíada de Pequim, com o tempo de 9s69, o jamaicano, 22, escreveu mais uma página da história do esporte. Pela terceira vez consecutiva em pouco mais de um ano, o velocista provou ser o homem mais rápido do planeta e quebrou o recorde mundial da prova mais clássica do atletismo. Ontem, no estádio Olímpico de Berlim, o velocista completou o percurso em 9s58 e conquistou uma medalha que não tinha em sua coleção, a de ouro no Mundial de atletismo. Para chegar à vitória, Bolt superou dois ex-recordistas dos 100 m -o norte-americano Tyson Gay, 27, e o seu compatriota Asafa Powell, 26. "Sempre penso em vencer esses caras, que são muito bons. O recorde é consequência disso", disse Bolt, sorridente. Campeão mundial em Osaka, em 2007, Gay chegou na segunda colocação, com 9s71, e Powell, em terceiro, com 9s84. Após uma largada razoável, Bolt abriu vantagem a partir dos 20 m e deixou-os para trás. Um pouco mais sisudo do que no dia em que conquistou a medalha de ouro em Pequim, o jamaicano ainda teve tempo de olhar para o lado para checar os rivais, antes de cruzar a linha de chegada, em 41 passadas. "Fiz uma boa largada e consegui acelerar o meu ritmo até os 50 m. Sabia que seria difícil e permaneci focado nos meus pés. Não costumo colocar muita pressão em cima de mim e fiquei feliz com o meu desempenho", comentou o jamaicano. Assim que completou a prova, Bolt prosseguiu correndo, em direção ao público presente no estádio Olímpico de Berlim. Bateu as mãos no peito estufado, cumprimentou os adversários e ainda fez a prometida dança da vitória, acompanhado de seu compatriota Powell. A disputa entre Bolt, Gay e Powell, os principais nomes da modalidade nos últimos anos, para ver quem era o homem mais rápido do mundo era a grande atração do Mundial. Questionado sobre a possibilidade de quebrar, mais uma vez, o recorde dos 100 m, o campeão mundial esbanjou sua costumeira confiança. "O jogo tem que continuar. Não sei se eu serei o próximo a quebrar o recorde da prova, mas tudo é possível", declarou. "Não vejo diferença entre Nova York, Pequim e Berlim [locais onde Bolt quebrou o recorde]. O importante para mim é competir e me divertir". Bolt ainda volta à pista nos 200 m. As baterias de classificação começam amanhã, às 5h05 (horário de Brasília). Para completar a sua história no Mundial de Berlim, o velocista integra, ao lado de Asafa Powell, o time jamaicano que disputará a semifinal do revezamento 4 x 100 m na sexta-feira. "Serão novas batalhas em Berlim. Mas é o que gosto de fazer da vida e, com certeza, vou aproveitar", disse o campeão. Sentindo dores na virilha, Gay iria se reunir ontem à noite com os médicos para definir se iria prosseguir no Mundial alemão e participar dos 200 m e do revezamento 4 x 100 m. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Em corrida com os três melhores, Bolt sobra e é elogiado Índice |
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